Fazer política com pandemia seria ‘traição’ e ‘covardia’

Rubens Salomão

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pressionou
governadores para confirmar as contrapartidas para liberação de ajuda aos
estados durante apresentação remota a deputados e senadores. Entre vários
pontos abordados, o ministro argumenta que não se pode dar aumento salarial ou
reajustes pelo menos nos próximos 18 meses. “No momento de maior queda inédita
no PIB, estamos transferindo e o déficit pode chegar a 14% do PIB. É algo nunca
visto. O que não pode é faltar recurso para a Saúde”, definiu. “Por isso não pode
ter aumento de salário ou qualquer outro uso desses recursos que não seja
relacionado ao Coronavírus. Senão seria uma covardia com o povo brasileiro. Se
aproveitar do momento em que a população está sendo abatida para fazer
política, ao invés de cuidar da saúde, seria uma traição inaceitável ao povo brasileiro”,
apontou o ministro sobre o serviço público.

Fiscalização

O ministro ainda se mostrou aberto ao trabalho de escrutínio
feito pela Comissão de Gastos. “Temos que mandar esses recursos para estados e
municípios e, mais que isso, queremos ser monitorados pelos senhores”.

Expressão

Guedes diz que está “de coração aberto” pedindo apoio para
aprovar as medidas enviadas ao Congresso. A expressão foi usada por Jair
Bolsonaro para dizer que a relação de confiança com ex-ministro Sérgio Moro não
era recíproca.

Institucional

Além da verificação política de parlamentares, o Ministério
da Economia tem enviado detalhes sobre os gastos ao Tribunal de Contas da União
(TCU).

Enfrentamento

Representante e empresário do setor e deputado federal Lucas
Vergílio (SD) questiona decisões da chefe da Superintendência de Seguros
Privados (Susep), Solange Vieira. Avalia que algumas medidas são “perseguição”.

Acusação

O parlamentar e a Federação Nacional dos Corretores reprovam
o recadastramento, que expõe os dados dos profissionais e permite fraudes, além
da exclusão do Sistema Nacional de Seguros Privados e revogação da lei que
regulamenta a categoria.

Competências

Para Lucas Vergílio, o atual comando da Susep não conhece a
realidade do mercado. “O corretor não apenas comercializa o produto, mas atua
como consultor em toda a vigência do contrato”, critica. “Exigimos mais
respeito”.

Batendo cabeça

Depois dos decretos estadual e municipal que flexibilizaram
atividades econômicas, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha
(MDB), e o governador Ronaldo Caiado (DEM), correm contra o tempo para conter o
vírus na cidade.

Papo reto

Os dois tentam alinhar ações diante do aumento de casos e
mortes, causado pela retomada da movimentação de pessoas, causada pelas
decisões dos próprios gestores.

CURTAS

– O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de
Goiás realiza doação de 15 mil máscaras de proteção a professores.

– Profissionais das UFG e universidades de Catalão e Jataí receberam
o primeiro lote, com metade da quantia total.

– Pesquisa do Sebrae mostra que a pandemia de coronavírus impactou
98% do setor de eventos, que sofre com cancelamentos.