Fim da obrigação sindical mostra que trabalhadores não se sentem representados


Dados recentes demonstram – e reafirmam – que o fim da obrigatoriedade sindical revelou que a classe trabalhadora não se sente representada por organizações sindicais. Apesar de existir uma narrativa recorrente, nesses locais, de que a medida em si retirou o poder de ‘persuasão’ dos trabalhadores, algumas questões que não estão sendo levadas em consideração podem esclarecer algumas fragilidades do argumento.
Nos últimos sete anos, houve uma queda dramática na contribuição destinada a sindicatos, centrais sindicais, federações e confederações no Brasil. Após a Reforma Trabalhista, que eliminou a obrigatoriedade do pagamento, a arrecadação dessas entidades despencou, ficando abaixo de 2% do montante registrado em 2017, o último ano em que o imposto sindical era compulsório. Como consequência, os trabalhadores deixaram de pagar aproximadamente R$ 2,2 bilhões por ano.
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Com mais acesso à informação, os profissionais têm buscado os seus direitos por meio da justiça gratuita, dos núcleos jurídicos das universidades e dos escritórios advocatícios, em geral – sem necessariamente estarem presos às contribuições que pesam em seus salários.
Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico, assim como as condições de trabalho e o desenvolvimento econômico permitiram um empoderamento por parte dos trabalhadores, que não estão mais ‘presos’ a uma empresa, podendo trilhar caminhos menos tradicionais.
Nesse sentido, os sindicatos vêm sofrendo severamente com as transformações sociais. Muitos desses representantes foram obrigados a se utilizarem de outros símbolos para manter certa hegemonia.