Goiás perde bilhões com fiscalização ruim de minério
O escândalo do ano está resumido no processo nº 08700.006628/2025-08 da MMG Singapore Resources Pte. (que, apesar do nome, é chinesa) e Anglo American (que é de onde diz no nome) no Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade. Em síntese, o pessoal que sempre esburaca Niquelândia e Barro Alto, no Norte de Goiás, sem deixar nada em troca, vendeu suas minas para a China por 500 milhões de dólares – apesar de um grupo turco ter oferecido 900 milhões de dólares. Antes que nossa língua oficial passe a ser o mandarim, é preciso investigar.
Digite “minério Goiás” no YouTube e associe esses termos a frases do ramo. Vai se espantar com os mil garimpos (estimados por quem negocia na área) em Goiânia e no interior. Na capital? Sim, areia é extraída dia e noite até no Setor Bueno. Fora da região metropolitana estão as pedras realmente preciosas, até em municípios pouco divulgados, como Montividiu do Norte, na divisa com o Tocantins, e Hidrolina, no Vale do São Patrício. Faina, a cidade campeã de meme, é pródiga em ouro.
Como a fiscalização inexiste ou é falha, a sonegação chega a ser bilionária. Para os órgãos estatais, a exploração de esmeraldas em Campos Verdes está semiparalisada. E funciona dia e noite.
Na semana que passou, houve na PUC-GO a 3ª Feira da Indústria de Mineração e o 9º Encontro Nacional da Média e Pequena Mineração. As autoridades vibraram com as terras raras de Minaçu. E nenhuma sílaba sobre as tragédias: com o fim da Metago, o poder público abriu mão da pesquisa e deixou apenas para a iniciativa privada saber onde cavar.
Do jeito que tiram o minério do chão, jogam em alguma carroceria e levam para São Paulo ou outro país. A não ser a areia, que vira parede, nada se verticaliza da produção mineral.