Indústria lidera queda de desembolsos do BNDES em Goiás no primeiro trimestre
A redução no total de recursos desembolsados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a empresas goianas no primeiro trimestre deste ano foi liderada pela indústria de transformação, com perdas mais expressivas no setor de fabricações de produtos alimentícios, que responde por algo como 39,3% do valor total da transformação industrial em Goiás, […]
A redução no total de recursos desembolsados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a empresas goianas no primeiro trimestre deste ano foi liderada pela indústria de transformação, com perdas mais expressivas no setor de fabricações de produtos alimentícios, que responde por algo como 39,3% do valor total da transformação industrial em Goiás, alcançando participação de 41,6% no conjunto da indústria de transformação instalada no Estado. No geral, conforme já registrado neste espaço (O Hoje, 14.05.2024), o valor dos desembolsos do banco de fomento no Estado sofreu baixa de 17,63% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, caindo de R$ 689,550 milhões para R$ 567,996 milhões, correspondendo à injeção de R$ 121,554 milhões a menos na economia estadual.
A indústria de transformação explica perto de 92,5% da queda anotada em todo o setor corporativo, com os desembolsos no setor baixando de R$ 220,522 milhões para R$ 108,108 milhões, num tombo de 50,98% ou em torno de R$ 112,414 milhões a menos. Na indústria em geral, incluindo o setor extrativo, os desembolsos experimentaram perdas igualmente severas, numa retração de 50,45%, com os valores encolhendo de R$ 228,336 milhões nos primeiros três meses de 2023 para R$ 113,145 milhões, numa redução de R$ 115,191 milhões (e contribuição de 94,76% para o retrocesso geral dos desembolsos).
Também conforme já registrado aqui, o ritmo menor de desembolsos na indústria tende a ser revertido mais adiante, a se considerar o desempenho muito mais favorável das consultas e aprovações, etapas que antecedem a liberação dos recursos pelo BNDES. Como se recorda, o valor das consultas encaminhadas ao banco de fomento pelas indústrias foi multiplicado em 10,4 vezes deste o primeiro trimestre do ano passado, saltando de apenas R$ 54,0 milhões para R$ 563,0 milhões nos três meses iniciais deste ano, em grandes números. Os projetos industriais aprovados pela instituição, que ficaram limitados a R$ 50,0 milhões no acumulado entre janeiro e março de 2023, aumentaram 6,2 vezes nos mesmos três meses deste ano, passando a somar R$ 313,0 milhões.
Alimentos em baixa
De volta aos desembolsos, a indústria de alimentos registrou, em valores absolutos, as maiores perdas, deixando de receber R$ 137,514 milhões entre o primeiro trimestre do ano passado e igual período deste ano, com os desembolsos totais para o setor despencando de R$ 203,137 milhões para R$ 65,623 milhões, numa redução de 67,70%. A participação do setor de fabricação de produtos alimentícios nos desembolsos industriais caiu de 92,12% para 60,70%. A queda concentrou-se especialmente na região de Goianésia, que havia respondido no primeiro trimestre de ano passado por 93,47% dos recursos liberados para o setor de alimentação no Estado, com as contratações atingindo R$ 189,979 milhões distribuídos entre três projetos (um dos quais respondeu por nada menos do que R$ 182,246 milhões). Neste ano, também até março, a indústria de alimentação de Goianésia recebeu R$ 60,648 milhões, numa redução de 68,06%. Os desembolsos favoreceram, da mesma forma, três projetos, dos quais o maior registrou uma injeção de R$ 55,531 milhões.
Balanço