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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Indústria para de crescer e acumula recuo de 1,5% entre abril e julho

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 4 de setembro de 2025
Industria Parana

A indústria brasileira abriu o segundo semestre do ano com mais um resultado negativo, acumulando quatro meses consecutivo sem crescimento. No período, foram três meses de perdas – abril, maio e julho – e um junho de estagnação total, o que levou a uma redução de 1,5% nos volumes produzidos ao longo daquele período, tomando março como base, na série de dados dessazonalizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, comparado ao mês imediatamente anterior, a produção industrial recuou 0,2%, mantendo-se apenas 0,2% acima dos volumes processados em julho do ano passado, com variação de 1,1% no acumulado dos sete primeiros meses de 2025 em relação a igual período de 2024, quando a produção industrial havia avançado 3,2%.

Na constatação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi), “o segundo semestre, para a indústria, começou reproduzindo o mesmo padrão que vínhamos observando tanto na produção física como em seu Produto Interno Bruto (PIB), a exemplo dos dados divulgados na terça-feira, 2, pelo IBGE: desaceleração e predominância de variações negativas”. Segundo o instituto, na origem daquele cenário “estão sobretudo as altas consecutivas das taxas de juros”. Nos últimos 12 meses, tomando ainda os dados ajustados sazonalmente, quer dizer, com exclusão de eventos e outros fatores que ocorrem todos os anos na mesma época, apresentou números positivos em apenas três meses, derrapando ou recuando em nove deles.

Como parece evidente, o diagnóstico comumente sacado pelas correntes predominantes do pensamento econômico, tidas como “hegemônicas”, para explicar o “fenômeno inflacionário” recente não se aplica ao setor industrial. Longe de apresentar um ritmo de crescimento considerado por aquelas correntes como insustentável, a indústria enfrenta de fato notórias dificuldades para crescer e, mais do que isto, para sustentar tendências de variações positivas por períodos mais longos no tempo. Vale dizer, a indústria não se beneficiou – pelo menos não na medida desejável – do bom momento no mercado de trabalho e de seus efeitos sobre a demanda doméstica, que passou a perder fôlego a partir do segundo trimestre.

Distinção

No caso da indústria, há uma distinção relevante a ser feita. O desempenho tem sido muito mais irrelevante para todo o setor de transformação industrial, enquanto a indústria extrativa, movida por números recordes para a produção de petróleo e gás natural e pelo incremento na extração de minério de ferro, tem observado resultados melhores. Ainda na série dessazonalizada, considerando o mês imediatamente anterior como base para comparação, a indústria extrativa avançou 1,6% entre março e julho deste ano, compensando em parte a baixa de 1,8% observada em junho para avançar 0,8% no mês seguinte. Na comparação com idênticos períodos de 2024, a produção no setor cresceu 3,9% e 6,3% em junho e julho, respectivamente, com ganho acumulado de 3,7% nos sete meses iniciais deste ano – lembrando que havia experimentado avanço de 1,8% em idêntico período do ano passado.

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