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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Inflação contraria previsões e abre maio em desaceleração

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 28 de maio de 2025
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Parafraseando o grande escritor mineiro Otto Lara Rezende, pai do economista André Lara Rezende, um dos “pais do Plano Real”, a inflação está onde sempre esteve. Embora seja apenas uma frase de efeito bolada pelo escritor para falar de seu Estado, os dados aferidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o tal “dragão da inflação” mantém-se calmo e controlado – mais relevante, vem mesmo perdendo fôlego nas medições mais recentes, com desaceleração até mesmo para os preços dos serviços, que sempre demonstraram maior resistência, e agora gradualmente vêm cedendo.

Na medição realizada pelo instituto entre os dias 15 de abril e 15 de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou recuo para 0,36% diante de variações de 0,43% ao longo de abril e de 1,31% em fevereiro – sempre é bom incluir uma visão um pouco mais alongada no tempo, ainda que nem tanto, para refrescar memórias e apresentar o cenário mais recente para os preços. A inflação acumulada em
12 meses atingiu 5,40%, acima do teto da meta inflacionária, fixada em 4,50%, mas levemente abaixo dos 5,53% registrados nos 12 meses terminados em abril. O recuo deu-se com a “saída” do índice de 0,44% anotado entre as duas semanas finais de abril e a primeira quinzena de maio do ano passado e a “entrada” do IPCA-15 de maio deste ano, mais baixo, no cálculo da inflação acumulada em 12 meses.

A queda no IPCA-15 mensal deu-se por conta principalmente da moderação no ritmo de alta dos alimentos, que chegaram a subir 1,17% em março, recuando ligeiramente para 1,14% na segunda quadrissemana de abril, encerrando as quatro semanas daquele mesmo mês em 0,82%. O ritmo baixou mais fortemente para 0,39% nos 30 dias encerrados em 15 de maio, ou seja, apenas duas semanas depois. Como o IBGE calcula o índice inflacionário tomando preços médios dos produtos e serviços que compõem a cesta de consumo das famílias, o dado sugere que, na ponta (quer dizer, precisamente na segunda semana deste mês), o custo da alimentação poderia estar numa desaceleração ainda mais acentuada.

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Moderação

A moderação dos preços dos alimentos recebeu maiores influências da perda acelerada no ritmo de alta de tubérculos e legumes, que haviam disparado 10,39% nos 30 dias de abril e passaram a subir apenas 1,85% entre o início da segunda quinzena de abril e o final da primeira quinzena de maio. Com alta de 14,32% para o tomate, o grupo havia respondido por 17,69% do IPCA “cheio”. O preço do legume despencou 7,28% nas primeiras duas semanas deste mês, respondendo por parte da desaceleração, o que reduziu a contribuição do grupo tubérculos e legumes na formação do IPCA-15 de maio para apenas 3,92%. Os preços do leite longa vida saíram de altas de 2,44% na segunda quadrissemana de abril e de 1,71% nos 30 dias do mês passado para 0,66%.

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