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quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
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Excluído salto das passagens aéreas, inflação recua no começo de julho

A elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os dias 15 de junho e 15 deste mês, foi causada em grande medida pela escalada dos preços das passagens aéreas, que vinham em baixa até o final de junho, e […]

A elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, aferido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre os dias 15 de junho e 15 deste mês, foi causada em grande medida pela escalada dos preços das passagens aéreas, que vinham em baixa até o final de junho, e pelo aumento nos preços da gasolina e, em menor proporção, também do etanol. No geral, o índice avançou de 0,21% nos 30 dias de junho para 0,30% nas quatro semanas terminadas na primeira quinzena de julho, refletindo principalmente a “inflação” dos transportes, que avançou 1,12% na medição mais recente. Para comparar, os custos dos transportes haviam recuado 0,19% em junho.

O setor de transportes isoladamente contribuiu com quase 66,7% na composição do IPCA-15 de julho e apenas dois itens – passagens áreas e gasolina – tiveram participação de 61,8% na formação do índice geral. Um dos principais impactos negativos, particularmente no caso dos combustíveis, veio do reajuste dos preços anunciado pela Petrobrás no começo de julho, com correção de 7,11% para a gasolina nas refinarias. O repasse daquele aumento para os preços na bomba levaram à alta também do etanol, principal concorrente do combustível fóssil no mercado doméstico.

Além de uma volatilidade evidente, os custos das passagens aéreas têm participação limitada na cesta de produtos consumidos pelas famílias e que serve de base para o cálculo da inflação mensal pelo IBGE, respondendo por 0,61% do custo de vida total. Como as variações nesta área têm sido vigorosas, para baixo e para cima, as passagens acabam influindo de forma relevante na composição da carestia mensal. Na prática, para a maioria das famílias que não tiveram gastos com passagens, a inflação foi mais baixa e, mais do que isto, o índice anotou recuo nas primeiras semanas de julho, o que deveria, numa economia mais racional, reforçar os votos dentro do Comitê de Política Monetária (Copom) em favor da retomada da redução dos juros básicos.

E até deflação

Excluídas as passagens aéreas, a inflação observada em todos os demais setores da economia, que havia alcançado 0,27% nas quatro semanas de junho, passou a registrar variação de apenas 0,18% nos 30 dias encerrados em 15 de julho. De acordo com o IBGE, um grupo restrito de oito itens e/ou produtos foi responsável por toda a inflação medida pelo IPCA-15 de julho, com sobras. Em conjunto, passagens aéreas, gasolina, energia elétrica residencial, seguro voluntário de veículo, plano de saúde, taxa de condomínio, leite longa vida e serviços bancários saíram de uma variação de 0,07% em junho para 0,36% em julho. A inflação registrada pelos demais setores, com exclusão daquele grupo, havia atingido 0,14% em junho. Nas quatro semanas terminadas em 15 de julho, houve deflação (inflação negativa) de 0,06%.

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