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domingo, 24 de novembro de 2024
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Inflação veio abaixo do previsto. E Tesouro registra superávit (de novo)

Medido entre 15 de abril e 16 de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), voltou a apresentar bom comportamento, com elevação inferior àquela projetada pelos mercados. O ritmo de elevação da taxa perdeu intensidade, embora mantivesse uma tendência marginal […]

Medido entre 15 de abril e 16 de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) deste mês, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), voltou a apresentar bom comportamento, com elevação inferior àquela projetada pelos mercados. O ritmo de elevação da taxa perdeu intensidade, embora mantivesse uma tendência marginal de alta, novamente abaixo das expectativas de boa parte dos analistas do sistema financeiro. Na passagem da quadrissemana terminada em 14 de abril para os 30 dias do mesmo mês, o índice havia se movido de 0,21% para 0,38%, subindo 0,17 pontos percentuais. Entre o final de abril e a quadrissemana encerrada em 16 de maio, registrou-se elevação de 0,06 pontos, com o IPCA-15 alcançando 0,44% – em grande medida por conta de pressões altistas de combustíveis, produtos farmacêuticos e combustíveis, que somados responderam por 53% do índice geral.

Em outro indicador observado com atenção pelos mercados, o governo central manteve suas contas em terreno positivo no primeiro quadrimestre, com as receitas superando as despesas em R$ 30,605 bilhões como se poderá conferir mais abaixo. Olhados em conjunto, aqueles dois indicadores deveriam acalmar os mercados e especialmente a equipe do Comitê de Política Monetária (Copom), abrindo espaço para uma aceleração na queda dos juros. Um prognóstico que dificilmente será referendado pela autoridade monetária e muito menos pelos mercados.

Na mediana das projeções, o setor financeiro esperava uma taxa mais próxima de 0,47%, com algumas apostas girando em torno de 0,49%. Entre as “surpresas” baixistas, os preços dos alimentos no domicílio saíram de uma alta de 0,81% nas quatro semanas de abril para uma variação de 0,22% na quadrissemana finalizada no último dia 16. As avaliações mais frequentes sugeriam altas entre 0,46% e 0,50%. A queda nos preços das carnes contribuiu para segurar os custos da alimentação em casa.

Numa estimativa realizada pela coluna, a exclusão de passagens aéreas, que havia anotado queda de 12,09% em abril, passando a subir 6,04% nas duas primeiras semanas de maio, e de produtos farmacêuticos do cálculo, os preços restantes teriam experimentado variação de 0,32% dentro do IPCA-15 de maio, abaixo da taxa de 0,36% calculada para as quatro semanas de abril. A pressão dos produtos farmacêuticos, que tiveram seus preços elevados pelo governo em 4,5% em 31 de março, já vem se arrefecendo, o que tende a aparecer nas próximas medições, com reflexos positivos sobre o índice geral. Os preços naquela área haviam anotado aumento de 2,84% nas quatro semanas de abril, com a alta cedendo para 2,06% nos 30 dias terminados em 16 de maio.

Abaixo do teto

A taxa de inflação acumulada em 12 meses alcançou 3,70% na medição mais recente, saindo de 4,51% em janeiro deste ano, e continuou abaixo do teto da meta inflacionária estabelecida em 4,50% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, com o centro da meta fixado em 3,0%. A tragédia gerada pelas enchentes no Rio Grande do Sul surge como um ponto de incerteza para as perspectivas da inflação nos próximos meses, com previsões e análises sugerindo, no entanto, impactos limitados e temporários sobre os preços em geral.

Balanço

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