Coluna

Lissauer e o agro perdem a ‘guerra’ na Alego e Caiado sai chamuscado

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 24 de novembro de 2022

Dificilmente o governador Ronaldo Caiado (UB) seria derrotado na Alego com a proposta de criação do Fundo de Infraestrutura do Estado (Fundeinfra). Por mais articulações contrárias tenham sido engendradas pelos empresários rurais, principalmente os maiores produtores de grãos e da pecuária, a vantagem permaneceu com o governador. Suas credenciais políticas em ter sido reeleito no primeiro turno, gestão sem escândalos e equilíbrio nas finanças do estado, é um ativo que aliados pensam muito antes de contestar. Os argumentos e o trabalho de bastidor, tanto junto aos deputados da base quanto com lideranças, não deixava dúvidas de que o governador venceria a queda de braço com a oposição e associados. Caiado sai meio chamuscado deste embate já que bateu de frente com seu DNA político, incluindo aliados históricos. No entanto, os maiores derrotados foram o próprio agro que terá que reconstruir pontes políticas com o governador e o presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSD). Na fase inicial da discussão do projeto, Lissaer ficou com um “pé na pinguela e outro no barranco”: se ficava com o agro, governo ou buscava uma outra saída. No final, sua hesitação o deixou mal com o governador que até recusou recebê-lo e também com os produtores. Seu discurso de reprovação a rocambolesca invasão, foi recebido com vaias. O projeto que institui a “taxa do agro” de 1,65% de contribuição foi aprovada com 22 votos a favor e 14 contra.

“Quem não cria, copia”

O temor dos produtores é que após a vitória de Caiado aprovando a “taxa do agro”, abre a porteira para muitos governadores seguirem o exemplo e prpor o mesmo nos estados. Tem lógica nos argumentos, afinal, tudo que os governadores querem é um meio para recompor as perdas com a redução de alíquotas do ICMS dos combustíveis. “Quem não cria, a tendência e copiar o que dá certo”, contou uma liderança de Cristalina.

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Risco calculado

Ronaldo Caiado sabe que vai enfrentar caras emburradas durante os próximos dois anos de sua gestão, risco calculado por ele, mas como se diz no interior: “O tempo cura tudo, até queijo”. Um prefeito aliado do governador no Entorno, avalia que, “quando começar receber os investimentos em estradas e pontes, promovendo o desenvolvimento dos municípios, vão esquecer o embate”. A conferir.

Prefeitura distante

A partir de fevereiro, Lissauer Vieira (PSD) volta à planície política, mas é quase certo que arrisque disputar a Prefeitura de Rio Verde. O problema são os obstáculos que estão à sua frente. Enfraquecido junto ao agro, mal com o governador e com adversários prontos para enfrentá-lo.

E agora, Marussa?

A deputada federal eleita, Marussa Boldril (MDB) é cotada para disputar a Prefeitura de Rio Verde, no entanto, vai depender da articulação de seu grupo em aglutinar forças. De um lado tem o prefeito Paulo do Vale que vai bancar um candidato, do outro lado, Lissauer e no meio, a influência de Ronaldo Caiado (UB). E agora, Marussa?

Glaustin é Podemos

Seguindo a tendência das fusões partidárias de siglas que não conseguiram vencer a cláusula de barreira, os partidos Podemos e PSC acertaram os ponteiros e vão se unir. A nova sigla vai se chamar Podemos, mantendo o número 20 do PSC. A Xadrez conversou com o deputado federal, Glaustin da Fokus sobre o futuro da legenda em Goiás. “Seremos um partido forte no Congresso com sete senadores, 18 deputados federais e nos estados, temos 48 deputados estaduais, 198 prefeitos e 3.045 vereadores. Em Goiás vamos ampliar o número de prefeitos e vereadores”.