Coluna

Lula disposto a sacrificar parte da esquerda para isolar a direita

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 25 de julho de 2023

A ofensiva do presidente Lula para ter os partidos do centrão em seu governo tem dois objetivos pouco explorados pela mídia. O primeiro é mais político e tem por objetivo dividir conservadores e isolar a direita. Com isso, limita a união com os bolsonaristas a partir da eleição de 2024. O segundo amplia sua capacidade em aprovar pautas que mexem com o modelo de administração liberal. Para alcançar esse objetivo, Lula está disposto a ‘sacrificar’ parte do PT e associados que estão em cargos importantes no governo. Para tanto, ‘amarrar’ o centrão representado pelo PP, UB e Republicanos ao governo significa desidratar a direita e limitar negociações da centro-direita com os possíveis candidatos a presidente da República em 2026. Entre os mais cotados estão os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). O resultado dessa estratégia tem surtido efeito com o recuo de Tarcísio e Zema. De uma certa forma, Caiado também está ‘engessado’, sem muito espaço para avançar em seu projeto de 2026. O UB está boletado na pala do boné vermelho de Lula e, por conta de ser “mais ou menos oposição”, fica difícil Caiado esboçar um discurso mais assertivo no contraponto das contradições do governo Lula. Por enquanto, ele ainda tem um pequeno espaço na mídia nacional por conta de sua defesa dos interesses de Goiás na proposta de reforma tributária.

Partido de um homem só

Lula disse recentemente que o presidente dos EUA, Joe Biden, com 80 anos disputar a presidência novamente “é um estímulo”. Tem duas interpretações na frase: caso seu governo esteja bem avaliado, vai tentar a reeleição; e a outra é para evitar a “guerra” entre petistas. A pergunta que fica é: até quando o PT será uma legenda de um homem só?

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Apagar o passado

Lula se convenceu que o País vai continuar dividido e o jeito é tentar “apagar o passado bolsonarista”. Suas declarações públicas demonstram isso e caminha para aprovar leis mais duras contra opositores. Por isso precisa neutralizar a direita e o caminho é o centrão, doido pelo poder.

Rio Verde rachou

A polarização em Rio Verde chegou mais cedo do que o esperado. O grupo do prefeito Paulo do Vale (UB) dá como favas contadas que a polarização será com o ex-deputado e presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSD), e seu grupo. Haja negociações!

Lissauer firme

Lideranças ligadas ao agronegócio afirmam que a tendência é apoiar Lissauer, que se firma como o pré-candidato mais identificado com o segmento. Mesmo com uma polarização tensa, Lissauer não vai atacar Paulo do Vale. “Até porque ele não é candidato”, tem dito aos aliados.

Itamar Sanclerlândia

O prefeito de Sanclerlândia, Itamar Leão (PSDB), é o último dos moicanos, digo tucano, que mantém a legenda no protagonismo das redes sociais. Embora sem muitos textos explicativos, ele divulga todos eventos de sua gestão e do PSDB.

Sorgatto mudo

Sem abrir a boca sobre a disputa pelo segundo mandato em Luziânia, o prefeito Diego Sorgatto (UB) segue “se fingindo de morto”. Ele adotou como estratégia não dizer nada sobre possíveis adversários, como sua desafeta, a vice-prefeita Diretora Ana Lúcia. A ideia é não dar palanque a ela e nem mídia espontânea. A conferir. (Especial para O Hoje)