Lula é o vencedor da guerra entre Senado e Câmara dos Deputados
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou numa fase de tal forma que se chover areia caem terras raras em seu quintal. Além de reagir nas pesquisas e atrair partidos do centro, conta com a divisão no UB e no PP para engordar seu arsenal entre os conservadores, mas nada tem sido tão fundamental quanto a adesão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP).
Se, por exemplo, a Câmara aprovar a anistia dos envolvidos no 8 de Janeiro, Alcolumbre a elimina antes de ela tocar no carpete azul, por onde passam os senadores. Foi o que ocorreu com a reprimenda anti-STF, que os deputados chamavam de PEC das Prerrogativas, a imprensa de esquerda batizou de PEC da Blindagem e o Senado matou no peito. Mesmo as vítimas sendo os próprios parlamentares, que ficariam resguardados das decisões às vezes incompreensíveis do Supremo, Alcolumbre atendeu ao governo e tá lá um corpo estendido no chão azul.
Todas as pautas de interesse dos lulistas serão aprovadas no Senado. De onde vem amor tão incondicional? Lá do Oiapoque, vizinho da Margem Equatorial, que esconde trilhões de dólares, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) pretende deixar o tesouro no fundo do mar e Alcolumbre o deseja aqui mesmo na superfície. Outro motivo é a eleição no Amapá. Depois de um irmão seu perder para vereador em Macapá no ano passado, Alcolumbre passou a fazer política, até porque seus inimigos estão no auge:
1) o também senador Randolfe Rodrigues é líder do governo;
2) o prefeito da Capital, Antônio Furlan, é favoritaço a governador em 2026;
3) a mulher de Furlan, Rayssa, por pouquíssimo (21.959 votos) não ganhou de Alcolumbre para o Senado em 2022. (Especial para O HOJE)