Lula foca no resgate de sua biografia e ignora o Brasil

Quando era presidente da República, o programa humorístico da Rede Globo, Casseta & Planeta, se referia a FHC como “Viajando Henrique Cardoso” numa crítica às suas excursões presidenciais no exterior. Agora, bem mais do que FHC, em menos de um ano, Luiz Inácio Lula da Silva tem saracoteado por vários países mundo afora. A justificativa oficial é que o Brasil voltou a ter protagonismo internacional, mas por trás dessas andanças existe a desconfiança de que Lula está mais preocupado em “limpar” sua imagem e resgatar sua biografia de “grande estadista”. Até o final do ano, estão previstas mais duas viagens, totalizando 23. Enquanto isso, os problemas brasileiros estão à espera do presidente. Mas, como sempre, Lula usou sua boa narrativa, nesta sexta-feira (3), em reunião com os ministros da área de infraestrutura, para dar seu recado à patuleia do andar de baixo da pirâmide social: “Os erros de 2023 não podem se repetir em 2024”. Não especificou quais, apenas disse que vai viajar pelo País no próximo ano visitando obras e “conversando com o povo”. Deu recado à oposição ao afirmar que “sabemos como nossos adversários políticos agem”. A expectativa é que Lula olhe mais para o País, principalmente a economia, que depende dos humores externos e, neste momento, não é nada bom com guerras e incertezas quanto ao futuro.

Pesquisas deram sinal de alerta

O editorial da revista Veja, que circula neste final de semana, indaga se Lula foi eleito “para tentar resolver os conflitos internacionais ou brasileiros”. Outro ponto abordado por Veja são as pesquisas que mostram uma tendência de queda na popularidade do presidente. Este é o fator que fez Lula voltar os olhos para os problemas do País e menos nos que estão distantes da realidade brasileira.

Correndo atrás

O PT vai tentar recuperar parte das prefeituras perdidas depois dos escândalos de corrupção denunciados pela Lava Jato. Na eleição de 2020, a legenda não conseguiu eleger nenhum prefeito nas capitais. O anúncio de Lula de que vai viajar pelo Brasil em 2024 tem tudo a ver com essa ofensiva de cunho eleitoral. Ele será o reforço – e esperança – dos candidatos a prefeito do PT.

Mabel pede corte…

… nas despesas do Governo Federal. Nesta quarta-feira (1º), no seminário sobre reforma administrativa na Câmara Federal, o presidente da Fieg, Sandro Mabel, cobrou do governo Lula uma “peczinha” para reduzir as despesas e equilibrar as contas públicas.

Competição desleal

Panorama da Pequena Indústria, da CNI, mostra que a competição desleal e a falta ou alto custo de trabalhador qualificado passaram a preocupar mais o empresário da pequena indústria. A preocupação ganhou força tanto na indústria de transformação quanto na indústria da construção.

OVG em números

Ainda sobre os 76 anos da OVG, alguns números chamam a atenção: aproximadamente 6 milhões de atendimentos por ano em todos os 246 municípios goianos. Desde 2019, o governo de Ronaldo Caiado aplicou mais de R$ 1,1 bilhão.

Fusão demorada

Mesmo com o parecer favorável do vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, a anunciada fusão entre o PTB e o Patriota, que passará a se chamar Mais Brasil, continua encalacrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A relatora, ministra Cármen Lúcia, “sentou em cima” do processo. (Especial para O Hoje)