Coluna

Maior desafio de Lula será pacificar o País

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 31 de outubro de 2022

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito presidente da República pela terceira vez terá à sua frente um de seus maiores desafios como liderança política: pacificar o País. Essa é a expectativa dos brasileiros que votaram e não votaram em Lula. Diferente de 2002 quando foi eleito com quase 53 milhões de votos — mais de 61% dos votos válidos —, o Brasil era outra. Tinha uma economia equilibrada, maioria do Congresso e a população não estava dividida entre o anti-petismo e o lulopetismo. O retrato desta divisão fica claro no resultado final com 50,82% para Lula e 49,18% para Jair Bolsonaro (PL). Por mais bom de prosa que seja, Lula terá que negociar ponto a ponto com o Congresso de maioria conservadora. Detalhe: não terá como ‘comprar’ apoios por meio do ‘Mensalão’, método que tirou a áurea de honestidade do PT e ‘colou’ em Lula a pecha de corrupto. Além dos desafios no campo administrativo, os votos que deu a vitória a ele pode migrar rapidamente para a oposição. Basta um rápido recuo no governo Dilma Rousseff (PT) para atestar a tênue linha que separa uma vitória do fracasso. Sem contar que os devotos do bolsonarismo, assim como o lulopetismo, vão continuar a se digladiarem nas redes sociais. Mais do que unir o País, Lula percebeu que não encanta mais as pessoas como no passado. Seu ciclo de liderança carismática, marca de um passado do primeiro mandato, perdeu o brilho e já não é mais um ‘case’ de sucesso internacional como apregoa.

Discurso conciliador

Em pronunciamento após a vitória, Lula reforçou que fará um governo para todos e que “a partir de 1º de janeiro de 2023, vou governar para 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação”. Ficou evidente em seu discurso que está preocupado com a divisão entre os brasileiros. “Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade rompidos pela propagação criminosa do ódio. A ninguém interessa viver em um país dividido, em permanente estado de guerra”. O problema são os radicais.

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Lula agora é outro

O Lula da campanha é bem diferente daquele que vai governar. O presidente eleito manteve durante a campanha um discurso agressivo, tipo faca entre os dentes com gosto de vingança na boca. Eleito, mudou o tom e voltou a ser o “Lulinha paz e amor”.

Mirou o Congresso

A beleza da democracia está na capacidade em construir pontes, convergir ideias, pacificar contendas e entender as diferenças mesmo a contragosto. O melhor lugar para buscar consenso que atenda a todos, é o Congresso. Tanto que sinalizou aos senadores e deputados que “todos juntos seremos capazes de consertar este país e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos”.

Equipe de Caiado

Eleito o novo presidente do Brasília, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as atenções agora se voltam para Ronaldo Caiado (UB). O governador deve montar sua equipe de auxiliares para o segundo mandato, tendo nos postos estratégicos do governo, auxiliares com bom trânsito entre os petistas. O Regime de Recuperação Fiscal exige do governo, um rigor maior nas contas e negociações na área federal.

Alego na pauta

Outra negociação que o governador está atento, é a escolha do novo presidente da Alego. Caiado não quer correr riscos e vai manobrar nos bastidores para eleger um presidente do legislativo, mais afinado com as pautas do governo. O governador gostou da proposta do deputado Bruno Peixoto (UB), propondo o fim da reeleição da Mesa Diretora.