Maioria não quer eleger ninguém alinhado com PT ou Bolsonaro
Um detalhe que poucos veículos de comunicação destacaram em suas análises sobre a pesquisa Genial/Quest, divulgada nesta sexta-feira (22), chama a atenção: a maioria do eleitorado não deseja eleger um governador identificado com o PT/Lula e aliados de esquerda, nem com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Embora o eleitorado de Goiás seja majoritariamente de direita, com muitos bolsonaristas — principalmente ligados ao agronegócio —, o fato é que a polarização já exauriu a paciência de quem trabalha e produz. Para esse público, pouco importa o campo político: a prioridade é simplesmente “tocar a vida”.
Outro ponto singular da pesquisa mostra que Goiás é o estado mais bolsonarista do país. Por isso, a preferência por um nome ligado ao ex-presidente é alta e apenas 30% rejeitam essa identificação. Além disso, um fator visível entre a população é o descontentamento com as punições aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes aos manifestantes do 8 de janeiro de 2023, vistas como severas e desumanas por parte do eleitorado. Esse contexto amplia a irritação e o desalento com as instituições, recaindo tanto sobre o lulopetismo quanto sobre o bolsonarismo.
Em comum, Lula e Bolsonaro compartilham um comportamento messiânico e egocêntrico, sustentado por algo entre 30% e 45% do eleitorado. Esse índice, no entanto, não basta para vencer uma eleição presidencial. Por isso, o Centrão continua sendo a “joia” disputada por todos os candidatos: um segmento sem rosto definido, mas extremamente poderoso em qualquer eleição nacional. Conclui-se, portanto, que mesmo com até 45% de apoio orgânico, Lula ou Bolsonaro não alcançam maioria suficiente, frente aos 60% que rejeitam ambos. A questão é: como contrapor-se aos devotos desses líderes, se eles monopolizam narrativas amplamente reproduzidas pela mídia?
Marconi ou Wilder Morais?
Se a eleição fosse hoje, a soma dos 22% de intenção de voto do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) com os 10% do senador Wilder Morais (PL) e os 8% da deputada Adriana Accorsi (PT) chegaria a 40%. Contra os 26% de Daniel Vilela (MDB), o cenário levaria a um segundo turno.
Hipoteticamente, Marconi seria o principal adversário de Daniel. Porém, o apoio de Wilder Morais poderia ser decisivo — a chamada “cereja do bolo”. A dúvida é: ele se alinharia a Daniel Vilela ou a Marconi Perillo? O fato é que a disputa ainda está no início, e o “gol” só deve ser marcado no ano que vem, após o primeiro turno.
Bolsonarismo ativo
Se a pesquisa Genial/Quest estiver correta, o senador Wilder Morais leva vantagem em relação a Marconi Perillo e Daniel Vilela, justamente porque a rejeição ao bolsonarismo em Goiás é a mais baixa entre os estados pesquisados.
Exemplo de Rio Verde
O grupo político de Rio Verde, liderado pelo ex-prefeito Paulo do Vale (União Brasil), tem na linha de frente o atual prefeito, Wellington Carrijo, e o deputado estadual Lucas do Vale, ambos do MDB. Eles projetam o município e o modelo de gestão como referência para outras cidades.
“Nosso objetivo é mostrar aos goianos e ao Brasil que é possível fazer melhor quando se pensa nas gerações futuras hoje, e não amanhã”, afirmou Carrijo.
Siga a Aava
O PT de Goiás poderia aprender algumas lições com a vereadora Aava Santiago (PSDB) sobre como defender a gestão do presidente Lula. Enquanto isso, os petistas com mandato seguem repetindo discursos de 40 anos atrás. Essa falta de renovação ajuda a explicar por que o partido não ultrapassa 3% do eleitorado em Goiás.
Lamento de Iporá
Em Iporá, servidores públicos estão em pé de guerra contra a prefeita Maysa Cunha. A insatisfação é motivada pelos constantes atrasos no pagamento dos salários.
“Às vezes paga uma categoria e atrasa outra”, reclamou a presidente do Sindiporá, Denize Pinheiro. Segundo ela, até mesmo os repasses do Fundeb, verba federal destinada à educação, ficam retidos e atrasam os pagamentos dos servidores da área.
Com a palavra, a prefeita.