Massa de rendimentos bate recorde, mas desigualdade avança em Goiás
O mercado de trabalho vem dando mostras de recuperação também em Goiás, com desemprego relativamente mais baixo, crescimento da ocupação, alta do rendimento e da massa salarial, que atingiu no primeiro trimestre deste ano níveis recordes na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e […]
O mercado de trabalho vem dando mostras de recuperação também em Goiás, com desemprego relativamente mais baixo, crescimento da ocupação, alta do rendimento e da massa salarial, que atingiu no primeiro trimestre deste ano níveis recordes na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A recuperação, no entanto, tem sido acompanhada por um agravamento das desigualdades de gênero e raça, com mulheres, pessoas pretas e pardas anotando taxas de desemprego proporcionalmente mais elevadas, rendimentos comparativamente mais baixos do que a população branca e, no caso de trabalhadoras e trabalhadores pretos, com perdas expressivas de renda.
Como efeito principalmente da sazonalidade do período, o total de pessoas ocupadas no Estado registrou leve recuo na passagem do último trimestre do ano passado, quando o comércio em geral e segmentos do setor de serviços aceleram as contratações para atender à demanda relativamente mais aquecida em finais de ano. O número de ocupados baixou de 3,848 milhões para 3,829 milhões, com afastamento de 19,0 mil trabalhadores, uma flutuação considerada como “estabilidade” pelo IBGE. De toda forma, a baixa ficou concentrada nas ocupações informais, que foram reduzidas em praticamente 4,0% entre aqueles dois trimestres, saindo de 1,431 milhão para 1,374 milhão, resultando no desemprego de 57,0 mil pessoas.
Sob um ponto de vista mais otimista, a taxa de informalidade baixou de 37,2% para 35,9% e os empregos formais lideraram a criação de vagas, avançando de 2,305 milhões para 2,326 milhões, ou seja, em torno de 21,0 mil a mais. Para completar o cenário, houve um salto de 14,9% no total de contratados do setor público sem carteira (categoria que não entra no cálculo de informalidade feito pelo IBGE). Esse número cresceu de 112,0 mil para 129,0 mil ocupados.
Entre os setores de atividade do trabalho principal, comércio e reparação de veículos demitiram 26,0 mil trabalhadores, reduzindo os ocupados em 3,0%, de 873,0 mil para 847,0 mil, com corte de 28,0 mil vagas na área de alojamentos e alimentação (hotéis, pousadas, restaurantes e bares, que reduziram em 13,0% o total de ocupados, de 213,0 mil para 185,0 mil). Como resultado, o número de desocupados aumentou 8,8% na mesma comparação, saindo de 228,0 mil para 248,0 mil, com a taxa de desemprego ascendendo de 5,6% para 6,1%.
Outro cenário
A comparação com o primeiro trimestre do ano passado mostra outro cenário, com alta de 3,2% no total de ocupados, correspondendo à abertura de 117,0 mil vagas em 12 meses, produzindo uma redução de 7,2% no total de desempregados (ou 19,0 mil a menos). No mesmo período, o mercado recebeu 98,0 mil novos trabalhadores que passaram a fazer parte da força de trabalho, elevando esse contingente de 3,979 milhões para 4,077 milhões, numa elevação de 2,5%. A taxa de desocupação havia alcançado 6,7% no começo do ano passado, recuando 0,6 ponto percentual nos 12 meses seguintes. Como o rendimento real médio manteve-se em crescimento em todo o período, crescendo 1,2% em relação ao trimestre final de 2023 e 4,1% em 12 meses, aparentemente acompanhando a melhora no mercado formal e taxas de inflação mais baixas, a massa de rendimentos continuou em elevação.
Balanço