Mesmo preso, Bolsonaro ainda é o maior influenciador da direita
Goste ou não do ex-presidente Jair Bolsonaro, não tem como contestar que ele é o líder mais popular entre os conservadores e a direita. Mesmo preso, continua a influenciar e mobilizar a militância digital. Esse fenômeno político conta com aproximadamente 23% dos 155 milhões de eleitores brasileiros ou algo próximo de 35 milhões de votos. Exagero? Até pode ser, mas este resultado tem sido confirmado nas últimas eleições, portanto, o apoio de Bolsonaro faz uma grande diferença nas urnas.
Esse fenômeno intriga a esquerda e desafia a compreensão lógica de como vive a política. Ele desafiou o sistema, foi eleito presidente da República sem apoio da mídia, dinheiro e partidos. Empossado no cargo maior da vida pública brasileira, passou a ser hostilizado pela mídia, perseguido pelas Cortes superiores e, por fim, preso. Entretanto, sua influência continua em disputa pela direita e centro-direita. Mesmo inelegível, as pesquisas cravam seu nome com poucas variações para mais ou para menos, próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, dia sim, outro também, não desce do palanque eleitoral. Isto significa que, mesmo preso, as sombras de Lula e Bolsonaro vão ser projetadas nas urnas.
Por conta dessa força eleitoral que o governador Tarcísio de Freitas (REP-SP), favorito do Centrão para disputar a Presidência República, torce para que ele aceite os desafios. Não só ele, mas Ratinho Júnior (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG) e Ronaldo Caiado (UB-GO) querem o apoio de Bolsonaro. O problema é que a areia da ampulheta que mede o tempo mostra ao Centrão e ao campo da direita que Bolsonaro precisa decidir rápido quem ele vai apoiar.
Prisão não destruiu o mito
“Bolsonaro ainda respira e não está morto”, frase que mais se ouve e se lê dita pelos formadores de opinião e adversários. Nas ruas, ao se referir ao ex-presidente para um ‘camisa amarela’, a resposta sempre é a mesma: “Não vamos abandonar o mito”. Por aí pode-se concluir que sua condenação por tentativa de golpe, que a população não sabe se houve, embora as pesquisas insistam em apontar que “a maioria aprova a condenação”, tem mais dúvidas que certezas. Esse discurso de perseguição tem sido o principal alimento do bolsonarismo em sua mobilização digital. Por isso, o STF e o governo Lula querem regular seu uso.
Sem sucessores
Lula e Bolsonaro são os dois maiores líderes populares do País. Ambos não têm só simpatizantes e seguidores devotados, mas não conseguiram deixar herdeiros à altura de seus feitos políticos. Os filhos de Bolsonaro não conseguem sair da ‘bolha’ e da sombra do pai. Por sua vez, Lula não formou um sucessor e deixará o PT órfão. Esse é o drama em que a esquerda começa a buscar alternativas. Afinal, Lula é maior que a legenda.
Tempos confusos
Até onde a bola de cristal da política no Distrito Federal prevê, a futura legenda do ex-governador José Roberto Arruda está mais para um partido ‘nanico’ que o PSD. A não ser que o empresário e presidente do PSD, Paulo Octávio, dê um cavalo de pau na aliança com Ibaneis Rocha (MDB) e Celina Leão (PP).
Paulo e Lucas
O ex-prefeito de Rio Verde, Dr. Paulo do Vale (UB), lidera um grupo forte que ultrapassa as fronteiras do município. De um lado, seu filho e deputado estadual Lucas do Vale (MDB), segundo aliados, busca uma vaga de deputado federal. Quanto ao Dr. Paulo, disputaria uma vaga na Alego. Ele tem dito nas entrevistas que seu nome “está à disposição do partido, mas essa decisão é do governador Ronaldo Caiado”.
Carrijo digital
Nesta eleição para prefeito em 2024, foi eleita uma nova geração de gestores conectados com o ambiente digital, focados na racionalidade dos recursos públicos e criativos. Prefeitos como os de Luziânia, Diego Sorgatto (UB), Marcus Vinicius (UB), de Valparaíso, e o de Rio Verde, Wellington Carrijo (MDB), mostram que vieram para ampliar o que seus antecessores fizeram e não apenas para fazer carreira política. Carrijo segue o rigor na gestão deixada por Paulo do Vale, mas amplia a prestação de serviços à população com uso de ferramentas tecnológicas.
Lula ainda lidera, mas faltando 10,5 meses para o primeiro turno da eleição geral de 2026, as pesquisas mostram que ele tem um longo caminho para percorrer. Até aqui, esteve sozinho, sem adversário, quando muito a direita na marcação e só. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (13), sinaliza que a distância entre Lula e Tarcísio de Freitas no 2º turno é mínima.