Coluna

Não existe projeto de governo e sim de poder

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 17 de outubro de 2022

A maioria que vive no andar de baixo da pirâmide social, sempre foi um detalhe a ser cultivado para chegar ao poder. O discurso surrado de inclusão social e que todos vão ter comida na mesa, emprego e moradia é repetido por quem está no poder e pelos que desejam chegar lá. Desde a redemocratização do País tem sido assim: troca os inquilinos democraticamente, mas a patuleia do andar de baixo continua à espera do prometido. Nessa queda de braços para derrubar quem está no poder, o componente ideológico já não conta e sim quem tem maior capacidade em ‘desconstruir’ o adversário. De um lado, os “crentes” em Deus pátria e família, do outro, ateus ‘comunistas’ e globalistas. No entanto, o que está em jogo não é um projeto de governo e sim de poder. A esquerda e parte da elite brasileira, incluindo operadores do direito, querem Luiz Inácio Lula da Silva de volta, de outro, a manutenção de um estilo de vida e no meio, a massa de pobres que sonham “comer picanha”. Este é o cenário da disputa para a presidência da República protagonizado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Até o dia 30 de outubro vamos ter dias longos e muitas trocas de farpas no horário eleitoral. O que está em jogo é o poder e a capacidade de contar dinheiro e não projetos para o país.

Vozes destoantes

Nessa queda de braços entre Lula e Bolsonaro, veio à tona milhões de vozes que se envergonhavam em afirmar como de direita ou conservadora. Essa massa já não teme os rótulos e narrativas da esquerda. Até 2014, só militantes à esquerda se declaravam e uma maioria mantinha o silêncio, quando muito se dizia de ‘centro’. O temor da ‘patrulha ideológica’ que associava qualquer pensamento contrário, à ditadura, fascismo e antidemocrático inibia a manifestação.

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PT libertou os contra

O publicitário e criador dos slogans oPTei, Lula lá e Sem medo de ser feliz, Carlito Maia (1924-2002) antes de morrer respondeu a uma pergunta numa entrevista por que ele havia abandonado o PT: “Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita”. Esta frase sintetiza o que o Partido dos Trabalhadores e associados fez quando esteve no poder por 13 anos. A corrupção foi tanta que resgatou o grito e revolta de conservadores e a direita, surgindo Jair Messias Bolsonaro.

Vale tudo na rede

O PT e associados têm ocupado mais as redes sociais do que os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), tanto com fake news quanto nos cortes e montagens de vídeos e falas do presidente. A militância digital de um lado ou outro, tem feito o trabalho de desgastes dos dois oponentes. Por sua vez, Bolsonaro confronta Lula dizendo que ele é um “quadrilheiro de nove dedos”.

Renovação tucana

Entre todas as siglas, o PSDB em Goiás é o que mais precisa de renovação em seus quadros. A derrota de seu principal líder, Marconi Perillo levou o partido à lona, mas na política, não existe o fim de tudo, quando muito, o recomeço. É este espírito que move os dois jovens que resistem em manter o projeto tucano em pé: os suplentes a deputados federais, Matheus Ribeiro e Aava Santiago.

Projeto político

Nada mal para um novato na política cravar nas urnas 46.961 mil votos na disputa para deputado federal. Este foi o escore do jornalista Matheus Ribeiro, um novato no serpentário político goiano e que representa a oxigenação do PSDB para 2026. “Não vou parar por aqui. Já estou conversando com meus apoiadores para pensarmos em projetos a médio e a longo prazo”, disse à Xadrez. Candidato a prefeito? “Vamos dar tempo ao tempo e não antecipá-lo”.