Vista de cima, Goiânia é uma cidade escura. De baixo, o breu é ainda maior. Mas existe algo pior que isso: a prefeitura investir na narrativa de que a Capital está 100% iluminada. Na falta do que dizer diante da falta de obras, resta fazer como o Professor Pardal: inventar. E inventou-se essa das lâmpadas modernas, tão modernas que parecem estar queimadas. Epa!, olha lá, estão queimadas mesmo. 

Da parte do Município, será o Natal menos claro de Goiânia, pois o prefeito Mabel Calamidade perdeu-se totalmente. 

Nas ruas, pergunta-se quando Mabel vai tomar posse ou se uma possessão demoníaca vai tomar posse dele antes, pois o diabo é o pai da mentira.

Se não fosse o governador Ronaldo Caiado fazer o maior Natal do Brasil, Goiânia estaria igual à Venezuela, que comemora o nascimento do Cristo quando o ditador decide. A festa organizada pelo Governo de Goiás está até valorizando os imóveis da saída para Bela Vista. O Centro Cultural Oscar Niemeyer, sede do Natal do Bem, daria orgulho ao arquiteto que o batiza. Era ateu, mas ficaria todo sorridente ao presenciar a alegria da criançada. Se dependesse de Mabel, as únicas personalidades que achariam que a cidade está clarinha seriam Stevie Wonder, Kátia do Roberto Carlos, Magela Humorista e o Cego Aderaldo.

Resta a Mabel dar um panetone bem grande para o governador, pois ele o elegeu e os únicos traços que Goiânia tem de administração são onde Caiado age.