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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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O “truque” que reduziu a inflação de 2022 e impediu queda maior em 2023

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam as distorções geradas sobre os preços em geral a partir da manobra eleitoreira adotada em junho de 2022 para artificialmente produzir índices de inflação mais baixos e melhorar a imagem do desgoverno legitimamente desalojado do Palácio do Planalto pelas eleições realizadas naquele ano. Os […]

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam as distorções geradas sobre os preços em geral a partir da manobra eleitoreira adotada em junho de 2022 para artificialmente produzir índices de inflação mais baixos e melhorar a imagem do desgoverno legitimamente desalojado do Palácio do Planalto pelas eleições realizadas naquele ano. Os efeitos do “truque eleitoreiro”, que consistiu na redução arbitrária de impostos e contribuições incidentes sobre combustíveis, energia, comunicações e transportes coletivos, foram mais evidentes sobre a taxa de inflação aferida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022.

Ao longo do ano seguinte, no entanto, a correção das alíquotas e a volta à normalidade tributária naquelas áreas terminaram de certa forma tornando mais lento o processo de queda da inflação, o que serviu de pretexto para a política de cortes graduais e excessivamente moderados nas taxas de juros. Mais claramente, o IPCA poderia ter caído mais fortemente durante 2023 dado o comportamento muito mais benéfico dos preços dos alimentos durante todo o período, com altas localizadas já no final do ano por conta dos impactos combinados do fenômeno El Niño e do aquecimento global sobre o regime de chuvas e as temperaturas nas principais regiões produtoras do País.

O IPCA acumulado em 12 meses baixou de 5,79% para 4,62% entre 2022 e 2023, ficando pela primeira vez em dois anos dentro do limite admitido pela política de metas inflacionárias. Como se sabe, o centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano passado havia sido de 3,25%, admitindo-se um piso de 1,75% e um teto de 4,75%. A forte queda do IPCA entre 2021 e 2022, saindo de 10,06% para aqueles 5,79%, foi influenciada em larga medida pela redução média de 3,82% dos chamados preços monitorados, com destaque para as quedas de 19,01% nos preços da energia elétrica residencial e de nada menos do que 25,78% nos preços da gasolina.

Efeitos prolongados

Tratou-se de uma redução artificial, produzida pela menor taxação sobre aqueles setores. Com exclusão da gasolina e da energia elétrica, os demais preços experimentaram um salto de 8,45% em 2022. Pode-se argumentar que parcela dessa alta foi influenciada pelo aumento de 23,53% nos preços das passagens aéreas, um item notoriamente volátil e sujeito a oscilações abruptas. Desconsiderando também as passagens aéreas, de toda forma, os preços médios dos demais itens que compõem o IPCA experimentaram variação de 8,31%. No ano seguinte, a gasolina acumulou elevação de 12,09% enquanto a energia subiu 9,52%, levando os preços monitorados a um avanço de 9,12%. As passagens aéreas anotaram elevação ainda mais expressiva, saltando 47,24% e contribuindo em quase 7,0% na formação do IPCA de 4,62% registrado em 2023.

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