O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

sábado, 6 de dezembro de 2025

Ocupação e desemprego sugerem que juros poderiam cair mais rapidamente

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 3 de janeiro de 2024
Lauro Dinheiro Generico 3 13
Lauro Dinheiro Generico 3 13

As marcas históricas registradas pela edição mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não correspondem precisamente a novos recordes, quando analisadas sob a perspectiva da mesma série estatística e considerando outros indicadores. Não se trata de contestar os dados trazidos pela pesquisa, referentes ao trimestre entre setembro e novembro do ano passado, mas de apresentá-los em perspectiva diversa, numa contribuição ao debate sobre o suposto “sobreaquecimento” do mercado de trabalho, avaliação que tem sido mencionada como justificativa para que o Banco Central (BC) mantenha a moderação descabida aplicada ao processo de redução dos juros básicos.

Ao contrário do que sugere esse tipo de argumento, o comportamento recente da ocupação e do desemprego sugere que os juros poderiam estar em queda mais acelerada sem que isso pudesse concorrer para gerar pressões adicionais sobre a inflação, supostamente insufladas pelo incremento insustentável da atividade econômica e, portanto, da demanda doméstica. Num complemento, o ritmo apresentado pela economia na segunda metade de 2023 mostra uma atividade já em desaceleração, o que tende a corresponder a pressões menos intensas sobre os preços em geral.

Conforme já registrado pela imprensa e neste espaço, a população ocupada atingiu no trimestre encerrado em novembro seu mais nível desde o início da série histórica mais recente do IBGE, em 2012, somando 100,508 milhões de trabalhadores com algum tipo de ocupação. No mesmo trimestre, a força de trabalho – o total de trabalhadores com 14 anos ou mais empregados ou em busca de um emprego no período da pesquisa – representou por mais de 62,0% da população em idade ativa (todos aqueles com idade igual ou superior a 14 anos), o que significa dizer que 108,710 milhões de trabalhadores encontravam-se ocupados ou estavam desempregados, mas mantinham-se a procura de uma colocação, diante de 175,229 milhões com 14 anos ou mais de idade.

Desemprego mais alto

Para comparação, entre julho e outubro de 2019, em torno de 63,8% da população em idade ativa estava na força de trabalho, num recorde para a série histórica até o momento. Caso a mesma proporção tivesse sido observada na PNADC realizada entre setembro e novembro deste ano, a força de trabalho estaria mais próxima de 111,796 milhões, em torno de 3,086 milhões a mais do que o dado de fato registrado pela pesquisa – ou 2,8% a mais. Considerando que a economia teve fôlego para gerar aquelas 100,508 milhões de vagas, o número de desempregados teria experimentado um salto de 37,6%, atingindo algo não muito distante de 11,288 milhões. Obviamente, a taxa de desocupação, atualmente em torno de 7,5%, também avançaria, aproximando-se de 10,1%. Apenas para comparar, a taxa de desemprego estaria não muito distante daquela observada no trimestre entre fevereiro e abril de 2022, quando havia alcançado 10,5%.

Balanço

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.