A eleição para presidente da República em 2026 pode ser decidida não por propostas, mas pelo ódio – tem mais valor a rejeição menor que se destacar como aceito. Por essa tese, a pesquisa do instituto Ipsos-Ipec, divulgada na segunda-feira (8) pela rede de TV CNN Brasil, trouxe má notícia para Lula e ótima para Ronaldo Caiado.

A rejeição do petista é a maior de todos, 44%. Seus adversários da família Bolsonaro ficam bem abaixo dele nesse quesito: o senador Flávio (PL-RJ), o ungido para suceder o pai como o principal político do clã, foi recusado por 35%; o deputado federal Eduardo (PL-SP), 32%; a ex-primeira-dama Michelle (PL-DF), 30%. 

Abaixo desse bloco vêm os governadores da direita. A menor rejeição é a de Caiado (União Brasil de Goiás), 10%, que é praticamente nada num país tão polarizado. Tarcísio de Freitas (Republicanos de São Paulo) com excelentes 11%. Também aparecem ótimos, com 13% de antipatia, Romeu Zema (Novo de Minas Gerais) e Ratinho Jr. (PSD do Paraná).

Os entrevistadores perguntaram se Lula merece a reeleição: 56% lhe negariam essa chance, 40% dariam a oportunidade e só 4% ficaram no muro.

Traduzindo: quando você fala para 100 pessoas algo bom sobre o Lula, corre o risco de ser xingado por 44 delas e somente 8 não têm raiva de algum dos pré-candidatos. Caso você elogie Caiado, será aceito por 90 ouvintes (de 92, não dos 100, porque 8 não estão nem aí). Significa que Lula não pode perder mais ninguém, sob o risco de ser derrotado por qualquer um no 2º turno, e que Caiado tem vasto terreno a percorrer sem que o interrompam. Enfim, eleição aberta em busca da pessoa certa.