Coluna

Oposição em Goiás carrega traços marconistas e procura discurso

Publicado por: Sheyla Sousa | Postado em: 06 de agosto de 2018

O fim de semana de convenções partidárias, com prazo até
hoje para definição de alianças nas atas a serem registradas no Tribunal
Regional Eleitoral (TRE), marcou o desmembramento da base aliada ao governador
José Eliton (PSDB), com espalhamento de ex-aliados entre as chapas da oposição.
Desde 1998, o grupo ligado a Marconi Perillo manteve, a cada eleição, o crescimento
do número de partidos coligados. Agora, pela primeira vez, o saldo é de
encolhimento. A mudança, no entanto, não simplesmente representa fortalecimento
da oposição, mas marca a falta de originalidade dos grupos alternativos a Eliton.
Todos os candidatos opositores têm, entre os principais aliados, lideranças e
partidos marconistas. O próprio Ronaldo Caiado (DEM) deixou a base e conta com
Lincoln Tejota (PROS) e Wilder Morais (DEM); Daniel Vilela (MDB) recebe o PP de
Alexandre Baldy e o PRB de João Campos. Até o PT, da candidata Kátia Maria, tem
seu traço marconista, na aliança com PCdoB, que sempre foi habitué do Palácio
das Esmeraldas.

Fora!

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As convenções na noite de ontem de PTB e PSB marcaram a
manutenção da pauta de não participar do chapão com o PSDB para deputado
estadual. “Ninguém quer o PSDB e nós buscamos viabilidade”, disse Henrique
Arantes (PTB) à Xadrez.

Chapas adiantadas

A intenção do PTB ainda é isolar os tucanos e fechar chapa
com PSB, PPS, PSD e PR. Já a senadora Lúcia Vânia considera adequada união
apenas entre o seu PSB com PPS e PTB. Tudo a definir nas atas das convenções.

Progressistas
rachados

O racha entre os Progressistas (PP) não ficou isolado ao
duro discurso do deputado federal Roberto Balestra ontem, depois do
encerramento oficial da convenção do partido com as palavras genéricas do
ministro Alexandre Baldy. Ao menos 25 prefeitos e os vices da legenda decidiram
manter apoio a José Eliton (PSDB) e ao governo, forçando reabertura de diálogo.
No entanto, segue encaminhada a preferência por aliança com o MDB e Baldy,
junto com Sandes Junior, tem a maioria dos votos dos convencionais, tendo
aprovaram ontem o direito de retificar a ata da convenção, a ser apresentada
hoje à Justiça Eleitoral. Na prática, a demora na definição e ausência de
discurso que embasasse a decisão representam erro de timing do PP. O desgaste
interno foi criado, materializado com o movimento liderado por Balestra e não
parece ser reversível. A cúpula deverá confirmar acordo com Daniel Vilela,
levando tempo de TV e fundo eleitoral, mas sem o engajamento das lideranças
regionais. “Não se vende uma mercadoria que não tem para entregar”, ameaçou
Balestra.

CURTAS

Experiência – As
curtas hoje dão destaque aos jingles de campanha: “É Goiás seguindo em frente
com a experiência de quem sabe o que faz!”, canta Zé Eliton (PSDB).

Emocional – “O
Goiás que a gente quer está em cada coração. Daniel governador é a minha
decisão”, versa Daniel Vilela (MDB).

Confiança – “A
fila andou, a fila andou. E o povo pede Caiado governador”, cantavam os aliados
de Ronaldo Caiado (DEM) ainda no sábado (4).

Discurso e prática

“O discurso de igualdade entre homens e mulheres é bonito,
mas não se coloca em prática. O governador está colocando em prática o
empoderamento das mulheres”, afirmou Marconi Perillo Raquel Teixeira e Lúcia
Vânia na chapa de José Eliton.

Calma lá

A questão é que, entre os cargos de primeiro escalão, o
governador segue com apenas uma mulher entre secretários e presidentes de
autarquias. Trata-se da presidente da Metrobus, Daniela Machado.

Ex-governador

Alcides Rodrigues confirmou ontem candidatura a deputado
federal pelo PRP. “Obrigado ao PRP por dar condições de levarmos adiante a
verdadeira oposição”, disse Ronaldo Caiado em vídeo nas redes sociais.

Contra todos

A candidata do PT ao governo, Kátia Maria, apresentou
discurso contra todos os principais concorrentes, seja da oposição ou da base
aliada, além de manter alinhamento do a direção nacional, que confirma
candidatura de Lula.

Meio século

“Esta política que está aí dura 50 anos. Tem 20 do PSDB, 16
do PMDB e a liderança do DEM está a vida inteira chicoteando o povo goiano. Nós
vamos apresentar um projeto que vai na oposição disso. O povo de Goiás quer é
um projeto diferente”, apontou.

Ausente

Definido na primeira suplência de senado ao lado de Marconi
Perillo, Vilmar Rocha (PSD) fará de tudo para não dividir palanque com José
Eliton. Ontem, não foi à convenção do PSDB por ter evento marcado em
Niquelândia.