Quinta-feira, 28 de março de 2024

Coluna

Partidos perdem influência para candidatos carismáticos

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 26 de setembro de 2022

Desde a eleição de 2014 que as siglas partidárias vem perdendo força e influência junto ao cidadão-eleitor. Estudos mostram que o partido é apenas uma exigência legal para obter o registro de candidato e, se tiver acesso ao Fundo Eleitoral, melhorar a estrutura dos que buscam o voto. Fora esse ‘empurrão’, o que conta na conquista do cidadão, são as propostas e o carisma do candidato. Em 2018, sem tempo de TV, rádio, estrutura e partido robusto, Jair Bolsonaro – então no modesto PL – tornou-se um fenômeno eleitoral. Derrotou a máquina pública, partidos tradicionais, incluindo, à época, o poderoso partido dos trabalhadores. Soou como alerta aos grandes partidos que a população não vota em legenda e sim no candidato ou candidata. Sobre Bolsonaro de 2018, evidente que havia um sentimento antipetismo que reforçou a vitória, o mesmo aconteceu em vários estados, entre eles, Goiás. O então senador Ronaldo Caiado, do anêmico DEM, sem prefeitos grandes siglas partidárias, venceu no primeiro turno. Agora, disputa a reeleição com uma legião de apoiadores que pode reelegê-lo também no primeiro turno. Um feito que corrobora o que cientistas sociais tem afirmado: o “eleitor não importa mais com a sigla, seja MDB, PT, PSDB, PL, PP, PSB ou qualquer outra e sim no carisma e poder de convencimento do candidato”. De fato, é consenso que Luiz Inácio Lula da Silva é maior do que o PT e as pessoas votam nele e não no partido. Por mais demonizado que seja, a população, principalmente a de baixa renda, se vê nele. O mesmo ocorre com Ronaldo Caiado (União Brasil), não importa a sigla que abriga sua candidatura, isto, na avaliação das pesquisas, é só um detalhe.

Bater e assoprar

O entorno da campanha de Lula percebeu que, ao radicalizar o discurso, como fez sobre o agronegócio, o figurino de pacificador que manteve por alguns meses tende a favorecer Jair Bolsonaro (PL). Assim, para atenuar o discurso duro dos últimos dias, em entrevista ao Canal Rural na quarta-feira (21), ele foi claro ao dizer “não sou candidato do PT. Sou candidato de dez partidos diferentes.” Esta é a senha de que, nesta semana que antecede a eleição, vai bater no adversário, mas assopra para aliviar a pancada.

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Bandeira branca

Embora a mídia pouco registra, mas ao sinalizar ‘bandeira branca’ entre Ronaldo Caiado (União Brasil) e Marconi Perillo (PSDB), ambos pacificaram a ‘guerra anunciada’ entre os grupos de apoiadores. Isto diminuiu muito o contraponto dos adversários, principalmente Gustavo Mendanha (Patriota) e Major Vitor Hugo (PL). Sem uma polarização, entre duas lideranças fortes, as atenções da população se voltaram a Caiado como ‘porto seguro’.

Pouca movimentação

A eleição ainda não tocou corações e mentes do cidadão-eleitor, a não ser as carreatas relâmpagos sassaricando de cidade em cidade, não existe clima de eleição como no passado, onde, de um lado de ruas e avenidas, eram ocupados por bandeiraços de candidatos adversários.

Vitor Hugo e Wilde

Os candidatos do presidente Jair Bolsonaro em Goiás, Major Vitor Hugo (governador), Wilde Morais (senador), ambos do PL, e os candidatos a deputados federais e estaduais, juntamente com produtores, pararam Cristalina neste domingo (25). Fizeram uma carreata em apoio à reeleição de Bolsonaro com mais de mil veículos, sendo 150 tratores, 100 caminhões/carretas e tratoraço.

Defesa do agro

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcos Montes, disse na quarta-feira (21), no 30º Congresso e ExpoFenabrave, em São Paulo, que o Brasil utiliza apenas 7,6% de suas terras na agricultura e é um dos poucos países do mundo capazes de aumentar a sua produção agrícola sem incorporar novas áreas à atividade produtiva.

Agenor com Marconi

O ex-governador Agenor Rezende (MDB), que comandou o Estado em 1994, declarou apoio à candidatura de Marconi Perillo (PSDB 456) para o Senado, assim como sua filha, Rosângela Rezende (Agir), que é candidata a deputada estadual. Ambos têm base em Mineiros, na Região Sudoeste, onde o tucano fez carreata, neste sábado (24).