Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Coluna

Paulo Kramer diz acreditar que a direita não será sufocada pelo PT

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 07 de julho de 2023

Em meio a uma ‘guerra pessoal” entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os assuntos relevantes aos brasileiros são relegados ao segundo plano. Essa é a percepção que se tem nas trocas de farpas entre os dois, todas registradas pela mídia e redes sociais. Para entender melhor a natureza dessa ‘rusga’ que interessa mais aos devotos do lulopetismo e ao bolsonarismo, a Xadrez conversou com o cientista político e consultor de estratégias políticas, professor Paulo Kramer. Na sua avaliação, a direita/centro-direita deve falar com sabedoria para que a esquerda não seja capaz de “seduzir esse espectro como há 20 ou, mais precisamente, há 15 anos”. Kramer também diz acreditar que o bolsonarismo, diferente do lulopetismo, que nunca fomentou o surgimento de novas lideranças que pudessem fazer sombra a Lula, “Bolsonaro ajudou a eleger líderes promissores nos Estados e no Congresso com potencial para disputar a Presidência da República em 2026”. De fato, Lula sempre foi maior do que o PT e sem ele o partido vira um “balaio de gatos”. Quanto à “rinha” entre Lula e Bolsonaro, é uma estratégia do PT para tentar sufocar a direita que, “hoje é mais orgânica e não teme patrulhas ideológicas”. Outro espectro importante são os conservadores    evangélicos, que resistem às pautas de costumes defendidas pela esquerda.

Patrulha do pensamento único

Kramer aborda outro tema relevante: o domínio intelectual da esquerda nas universidades e a patrulha intelectual. “Enquanto a esquerda e o lulopetismo derramam generosos recursos sobre os membros da sua ‘intelligentsia’, os caciques dos partidos direitistas recusam-se a utilizar as fundações e os institutos partidários para atrair jovens, mulheres e demais forças sociais e habilitar esse pessoal para disputar a direção política e cultural da sociedade.”

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UB pediu tempo

Teve dedo do governador Ronaldo Caiado no pedido do União Brasil para adiar a votação da reforma tributária para o segundo semestre, o que não deu certo. Em comunicado assinado pelo presidente da legenda, Luciano Bivar, e 37 congressistas da sigla, deveria fazer eco na Câmara. Mas não foi o que aconteceu. A PEC foi aprovada.

Clima quente no PL

Ânimos exaltados marcaram reunião do PL nesta quinta-feira (6) na discussão da reforma tributária. Jair Bolsonaro e seu pupilo, Tarcísio de Freitas, trocaram farpas. O ex-presidente pediu mais tempo para debater o texto da reforma, Tarcísio foi contra.

“Na conta de quem?”

Tarcísio disse a Bolsonaro que “a direita não pode perder a narrativa de ser favorável a uma reforma”. “Caso seja aprovada, quem aprovou?” Ele teme que o mérito seja espetado na conta de Lula.

Criador X Criatura

Bolsonaro o interrompeu: “Se o PL tiver unido, não aprova nada”, uma vez que a legenda possui a maior bancada da Câmara. Recebeu aplausos do público, que depois vaiou Tarcísio. Mas 20 votos a favor vieram do PL.

Endividados resistem

A rodada de junho da pesquisa Radar Febraban, coordenada pelo sociólogo e cientista político Antônio Lavareda, do Ipespe, mostra que mais da metade dos entrevistados (51%) – o que corresponde a pouco mais de 70 milhões de brasileiros – se declaram como endividados (percentual levemente menor do que no levantamento de fevereiro, 53%). (Especial para O Hoje)