Perdas no campo explicam menor alta para o PIB goiano neste ano
A economia goiana tende a manter ritmo mais acelerado do que a média projetada para o País ao longo deste ano, mas em nítida tendência de desaceleração quando considerado o desempenho apresentado nos últimos dois anos, conforme sugerem os dados revisados pela equipe de macroeconomia do Santander. Em sua mais recente atualização do panorama delineado […]
A economia goiana tende a manter ritmo mais acelerado do que a média projetada para o País ao longo deste ano, mas em nítida tendência de desaceleração quando considerado o desempenho apresentado nos últimos dois anos, conforme sugerem os dados revisados pela equipe de macroeconomia do Santander. Em sua mais recente atualização do panorama delineado para a economia regional, detalha o economista da instituição, Gabriel Couto, a taxa de crescimento projetada para o Produto Interno Bruto (PIB) em Goiás foi reduzida para 2,6% neste ano, diante de uma expectativa de variação na faixa de 5,7% estimada para 2023.
Os resultados históricos da safra agrícola no ano passado contribuíram para turbinar os números do PIB goiano, depois de um avanço de 4,4% previsto para 2022. Na visão de Couto, a economia brasileira em seu conjunto tende a experimentar algum desaquecimento ao longo deste ano, o que terá reflexos sobre as economias regionais. O PIB estimado para todo o País tende a anotar variação de 2,0% neste ano, depois de avançar 2,9% no ano passado.
Especificamente no caso de Goiás, comenta o economista, “a devolução de parte dos fortes ganhos da safra de 2022 e 2023 tende a ser um impacto negativo no PIB do Estado em 2024”. De toda forma, complementa Couto, “essa desaceleração pode ser vista mais como uma acomodação do que uma tendência mais longa”. Os resultados excepcionais da produção agropecuária no ano passado, de certa forma, acabam gerando um cenário mais propício a um desaquecimento neste ano, com uma safra menor, mas ainda muito robusta, pondera o economista.
Numa comparação entre os Estados, Goiás surge numa 13ª posição, quase empatado com o Maranhão e ligeiramente abaixo da alta de 2,8% projetada para Maranhão neste ano. Com participação de 13,9% na composição do PIB estadual, a agropecuária deverá sair de um salto de 17,0% em 2023 para crescimento nulo neste ano. Na região, a agropecuária havia alcançado um aumento de 22,2% em 2023, com altas de 27,0% no Mato Grosso e de 20,0% em Mato Grosso do Sul, nas estimativas do Santander.
Indústria desaquecida
Com forte participação da agroindústria, especialmente dos setores relacionados ao processamento de grãos e carnes, o PIB industrial goiano deve deixar para trás um incremento de 5,5% em 2023 para crescer em torno de 3% neste ano, projetando a mesma variação para 2025, num exercício arriscado de antecipação dada as incertezas e turbulências que ainda atribulam a economia local e internacional. Na média regional, no entanto, o desaquecimento tende a ser menos abrupto, com a variação esperada para o PIB industrial saindo de 4,0% para 3,6% – mesma taxa projetada para 2025.