Sitru é aquele adesivo imenso que os candidatos pagam para motorista colar no vidro traseiro dos veículos. Está com saudade daquela poluição? Calmaê que 2026 já chegou. Importadores que trazem produtos da China estão comercializando sitru mais do que feirante consegue vender pequi de Crixás e Santa Terezinha. Motivo: políticos gastam dinheiro no ano anterior ao da eleição para fraudar as prestações de contas. Acham-se sabidos demais e juram que os promotores eleitorais estão dormindo.

É aí que a porca torce o parafuso. Na verdade, o Ministério Público acompanha com lupa a movimentação dos pilantras. Quando eles começarem a aparecer com o material não contabilizado, as algemas vão lhes apertar os pulsos. Além de sitru, estão comprando bobinas e resmas de papéis, plásticos, tintas e até gráficas inteiras. A meta dos fraudadores é imprimir folhetos e cartazes sem colocar a quantidade correta, já que vão declarar somente o que encomendarem em locais sérios. O restante será no famoso caixa 2.

A maior fonte de gastos está nos futuros candidatos à Câmara dos Deputados. Um deles, com mais de cem dobradinhas com estaduais, já distribui as bondades: cargos, locações e dinheiro vivo. Cada pré-candidato da dobrada recebe uma quantidade por mês até dezembro. A partir de janeiro, começam a ser repartidas as comandas de combustível. Locadoras de carro do interior de São Paulo estão comemorando ótimos negócios em Goiás. Cabos eleitorais contratados a peso de ouro, como vereadores e ex-prefeitos, já embolsam o produto do ilícito. Até quando? Quem sabe é o MP. E a população confia em sua independência.