Pragmático, Edinho Silva quer preparar o PT para o pós Lula
Nos últimos 45 anos, o PT só teve um candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva que, por ser o único com apelo popular e vencer adversários poderosos, se tornou maior do que o partido. Agora, prestes a completar 80 anos em 25 de outubro, disputa sua última eleição e a mais difícil de sua vida. Para complicar ainda mais, está diante de uma sociedade dividida, sem discurso para forjar um elo que conecte novamente o país no rumo do desenvolvimento e, seu partido, literalmente envelheceu. Até a juventude cooptada nas universidades públicas e no ensino médio, não fazem a defesa de seu legado.
Esse é o cenário desafiador que está à frente do novo presidente nacional do PT, Edinho Silva. Embora ele seja de perfil moderado, conciliador e com bom trânsito entre as correntes de centro-direita, sua tarefa é digna dos 12 trabalhos de Hércules. No caso dele, não terá tantas tarefas quanto Hércules, mas as duas que tem pela frente, como reeleger o presidente e preparar o PT após Lula em 2030, são suficientes para, caso consiga, entrar pela porta da frente na história do PT.
Sobre a carreira política de Lula após 2026, disse que “teremos, no próximo período, tarefas fundamentais. Primeiro, a responsabilidade de construir o Partido dos Trabalhadores para quando o presidente Lula não estiver mais nas urnas disputando o nosso projeto”. Entretanto, frisa que o desafio é reeleger Lula e fortalecer o PT nos estados para que “a gente construa palanques fortes”. Conclui que “o Brasil precisa do PT em relação ao enfrentamento de muitos debates estratégicos” .
Geraldo Magela fortalecido
A vitória de Edinho foi boa para o presidente Lula que fica mais tranquilo sem um radical à frente do partido. Outro que teve seu prestígio resgatado junto às lideranças nacionais, foi o ex-deputado Geraldo Magela, um histórico do PT nos embates eleitorais no DF. Agora, além de articular junto aos companheiros da legenda em Brasília, Magela passa a fazer parte do diretório nacional.
Sem final feliz
A situação política do país chegou no limite com esta polarização entre o lulopetismo e o bolsonarismo, a ponto de uma ruptura institucional. O pior é que não tem um final previsto com todos se dando as mãos, principalmente se o STF e Donald Trump continuarem a esticar a corda. Nas ruas, a pergunta mais frequente é: o que será de nós se os EUA radicalizarem com o STF? Não terá final feliz se continuar nessa toada.
Repensar 2026
Pessoas com assento à mesa da elite petista no Congresso, afirmam que o presidente Lula está entediado, meio apático e cansado de tantos embates. Os mais pessimistas acham que, se até o ano que vem não tiver uma melhora nos índices de votos e o custo de vida continuar castigando os brasileiros, ele pode desistir da reeleição. A conferir.
Fora do MDB?
O ex-prefeito de Valparaíso e atual secretário do Entorno de Brasília por Goiás, Pábio Mossoró, pode deixar o partido e migrar para uma legenda da base caiadista. Uma fonte próxima a ele, disse à coluna que “Pábio quer disputar para federal, mas dentro do MDB está muito congestionado e por conta disso, sonda uma legenda menor”.
Terras raras
A discussão sobre terras raras passou a fazer parte do vocabulário político e pode ser um ativo importante nas negociações com os EUA. O cientista político e consultor de estratégias eleitorais, Paulo Kramer, listou os principais minerais que o país tem. Cério (Ce), Disprósio (Dy), Érbio (Er), Escândio (Sc), Európio (Eu), Gadolínio (Gd), Hólmio (Ho), Itérbio (Yb), Ítrio (Y), Lantânio (La), Lutécio (Lu), Neodímio (Nd), Praseodímio (Pr), Promécio (PM), Samário (Sm), Térbio (Tb) e Túlio (Tm).
Cambão na estrada
Depois que perdeu o apoio do prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão (PL) que vai apoiar sua mulher, Joscilene Mangão para deputada estadual, o deputado Wilde Cambão (PSD) colocou o pé na estrada em busca de outros aliados fora do Entorno. No recesso da Alego, ele viajou todos os dias em visitas a essas bases de apoio.