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sábado, 23 de novembro de 2024
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Reação da indústria ao final de 2023 ficou concentrada no setor extrativo

A produção industrial acumulou em dezembro avanço de 2,5% em relação a julho, no quinto mês consecutivo de crescimento na comparação com os resultados registrados nos 30 dias imediatamente anteriores, na série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já ajustada sazonalmente – com exclusão de fatores e eventos que ocorrem sempre nos mesmos […]

A produção industrial acumulou em dezembro avanço de 2,5% em relação a julho, no quinto mês consecutivo de crescimento na comparação com os resultados registrados nos 30 dias imediatamente anteriores, na série do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já ajustada sazonalmente – com exclusão de fatores e eventos que ocorrem sempre nos mesmos períodos todos os anos. O avanço recente, que contrasta com a estagnação observada nos meses anteriores, ficou quase inteiramente concentrada na indústria extrativa, que teve sua produção elevada em 7,3% no mesmo período, puxada principalmente pela maior extração de petróleo e minério de ferro. A indústria de transformação como um todo apresentou variação de 1,4% nos mesmos cinco meses e continua derrapando, com dificuldades maiores para os setores mais intensivos em tecnologia e, em particular, para os segmentos mais associados ao investimento produtivo.

A reação observada permitiu que o setor industrial como um todo revertesse os números negativos observados nos primeiros trimestre do ano passado, apresentando avanço de 1,1% no quatro trimestre na comparação com igual período de 2022. Para relembrar, a produção havia recuado 0,4% e 0,1% nos dois primeiros trimestres de 2023, com crescimento simplesmente zerado no terceiro trimestre. No balanço final do exercício, a produção praticamente não saiu do lugar, numa variação de apenas 0,2% diante de 2022, quando a produção havia experimentado recuo de 0,7%. 

Na avaliação do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), “a estagnação da indústria brasileira em 2023, já bastante desfavorável, dada a gravidade das perdas acumuladas nas crises de 2014-2016 e da Covid-19, esconde dois resultados ainda mais adversos. Primeiro, não fosse o ramo extrativo, o desempenho teria sido negativo, pois a indústria de transformação voltou a cair. Segundo, ramos de maior intensidade tecnológica lideraram as perdas”. Em complemento, o instituto acrescenta uma nota de otimismo ao considerar que, “se bem implementada, ainda que seus objetivos sejam de longo prazo, a estratégia Nova Indústria Brasil (NIB) tem a potencialidade de evitar que este quadro continue se repetindo no País”.

Perdas em sequência

Os dados do IBGE mostram que o setor de transformação sofreu o segundo ano de perdas em 2023, caindo 1,0% na comparação com o ano anterior, período em que a produção havia recuado 0,4%. O histórico recente do setor não chega a entusiasmar. Antes da pandemia, em 2019, a produção nesta área anotou variação de 0,2% em relação a 2018 para mergulhar em baixa de 4,6% em 2020, como resultado das medidas de distanciamento adotadas no País numa tentativa de conter o avanço do vírus do Covid-19. O avanço de 4,3% alcançado em 2021 sequer conseguiu repor as perdas anteriores. Com as perdas realizadas em 2022 e 2023 nesta área, a indústria de transformação não conseguiu retomar os níveis observados antes da pandemia, com o volume produzido no ano passado mantendo-se ainda 1,7% menor do que em fevereiro de 2020. A indústria como um todo conseguiu finalmente, em dezembro do ano passado, avançar 0,7% sobre aquele mesmo mês, graças especificamente ao salto de 13,1% anotado pela indústria extrativa.

Balanço

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