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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Receitas crescem fortemente no último bimestre de 2023 e déficit encolhe 72%

As dificuldades enfrentadas pela gestão fiscal na área da arrecadação parecem ter sido sanadas na reta final de 2023, com as receitas apresentando forte crescimento na comparação com período idêntico do ano imediatamente anterior. Diante do comportamento mais recente da receita, com a superação da tendência de queda principalmente a partir de agosto, o governo […]

As dificuldades enfrentadas pela gestão fiscal na área da arrecadação parecem ter sido sanadas na reta final de 2023, com as receitas apresentando forte crescimento na comparação com período idêntico do ano imediatamente anterior. Diante do comportamento mais recente da receita, com a superação da tendência de queda principalmente a partir de agosto, o governo estadual sentiu-se autorizado a acelerar o desembolso de recursos destinados a abastecer algumas rubricas, com destaque para os investimentos, que vinham murchando radicalmente nos primeiros meses do ano passado.

Os dados oficiais, divulgados ao final de janeiro pelo governo estadual no portal Goiás Transparente, mostram que a receita primária apresentou crescimento de 21,6% no último bimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, saltando de pouco menos de R$ 6,470 bilhões para R$ 7,867 bilhões – um ganho de praticamente R$ 1,398 bilhão em apenas um bimestre. A reação mantém-se mesmo na comparação com o quinto bimestre (setembro-outubro) de 2023, quando as receitas primárias haviam somado R$ 7,098 bilhões.

Neste caso, o avanço nominal, sem considerar a inflação, chegou a 10,98%. Para relembrar, a receita havia apresentado variação de 2,23% na saída do quarto para o quinto bimestres de 2023, com alta de 19,02% na comparação com o quinto bimestre de 2022. A série estatística, trabalhada pela coluna com base nos dados oficiais, confirme uma tendência de recomposição acelerada das receitas no período, o que ajudou a aliviar as pressões sobre as contas estaduais.

As despesas primárias, com cortes nos gastos correntes (o que inclui a folha de pessoal), cresceram relativamente menos do que as receitas, embora tenham avançado com algum vigor. Entre o sexto bimestre de 2022 e o mesmo período de 2023, a despesa primária, excluídos juros e amortizações da dívida estadual, aumentou 12,53% em termos nominais, passando de R$ 7,162 bilhões para R$ 8,059 bilhões, correspondendo a um acréscimo de R$ 897,102 milhões – ou seja, abaixo do ganho observado na ponta das receitas. O resultado primário, que havia sido deficitário em R$ 692,451 milhões no bimestre final de 2022, registrou melhora, já que o déficit (despesas superiores às receitas) caiu para algo abaixo de R$ 192,038 milhões, num tombo de 72,27%.

Salto no investimento

Sempre considerando o último bimestre de cada ano, os gastos com pessoal recuaram 0,52%, saindo de R$ 4,006 bilhões para R$ 3,985 bilhões entre 2022 e 2023, com baixa de 0,57% nas demais despesas correntes (de R$ 2,366 bilhões para R$ 2,352 bilhões em números arredondados). Na contramão, os investimentos observaram salto de 34,28% naquela mesma comparação, subindo de R$ 733,751 milhões para R$ 985,306 milhões, o equivalente a 29,3% de todo o investimento realizado nos 12 meses do ano passado. A mudança na gestão dos investimentos estaduais permitiu que o resultado final de todo o ano passasse a ser positivo, depois do retrocesso ocorrido na primeira metade de 2023.

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