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domingo, 24 de novembro de 2024
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Recorde em janeiro sinaliza bons números no setor externo em 2024

Os dados iniciais da balança comercial brasileira, na visão do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), detalhada na edição mais recente de seu Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado ontem, sinalizam que o setor externo brasileiro tende a experimentar “um cenário favorável no presente ano”. Mas aponta igualmente uma tendência mais preocupante […]

Os dados iniciais da balança comercial brasileira, na visão do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), detalhada na edição mais recente de seu Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado ontem, sinalizam que o setor externo brasileiro tende a experimentar “um cenário favorável no presente ano”. Mas aponta igualmente uma tendência mais preocupante de ampliação da dependência em relação ao mercado chinês, uma contribuição mais intensa de um grupo reduzido de produtos no desempenho exportados e uma importação crescentemente concentrada em bens de consumo duráveis e semiduráveis, tomando emprestado dados de um trabalho desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em janeiro deste ano, as exportações superaram as importações por uma diferença de US$ 6,527 bilhões, o mais elevado da série histórica para o mês desde 1997, o que “confirma a expectativa de um cenário favorável”, reforça o boletim. O superávit experimentou um salto de 185,6% em relação ao saldo de US$ 2,845 bilhões registrado no primeiro mês do ano passado. A China, aqui incluídos Hong Kong e Macau, respondeu por 41,13% de todo o superávit brasileiro e ainda foi responsável por 60,0% do avanço experimentado pela balança comercial brasileira (exportações menos importações).

Os grandes números da balança em janeiro mostram um incremento de 18,51% para as vendas externas, que saíram de US$ 22,796 bilhões para US$ 27,016 bilhões, num incremento de US$ 4,220 bilhões. Numa tendência já em vigor desde o ano passado, as exportações foram movidas muito mais pelo aumento dos volumes embarcados, que cresceram 21,1% nos cálculos do Icomex, já que os preços médios recuaram 2,0% – numa intensidade menor do que o tombo registrado no lado das importações. As compras externas praticamente repetiram os números de janeiro do ano passado, mantendo-se em torno de US$ 20,490 bilhões diante de US$ 20,511 bilhões no mês inicial de 2023. Os volumes importados até cresceram com certo vigor, variando 9,7%, mas os preços médios dos bens importados sofreram baixa de 8,8%.

China dependência

O mercado chinês foi o destino de 29,19% das exportações totais do Brasil, atingindo US$ 7,886 bilhões em janeiro passado frente a US$ 5,152 bilhões no mesmo mês de 2023, quando haviam representado 22,60% das vendas externas totais originadas pelo mercado brasileiro. A comparação entre os dois números aponta um salto de 53,06% com acréscimo muito próximo de US$ 2,734 bilhões. Nessa comparação, a contribuição chinesa para o aumento das exportações brasileiras alcançou nada menos do que 64,74%. Para ser mais claro, a cada US$ 100 exportados a mais pelo Brasil, em torno de US$ 64,74 tiveram como destino China, Hong Kong e Macau, integrados como um só mercado nas estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Midc).

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