Coluna

Recursos escassos forçamsiglas a priorizar candidatos

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 19 de setembro de 2022

Embora sejam raras reclamações públicas, alguns candidatos pressionam para ter maior repasse do fundo eleitoral. O problema é que os quase 5 bilhões destinados aos 32 partidos nos Estados tornam-se uma baita encrenca, já que os custos de campanha são altos e o dinheiro pouco. Por ser o diretório nacional de cada legenda responsável por fazer os repasses, nunca chega nos Estados conforme as expectativas. Vários fatores podem ajudar ou diminuir os recursos. O maior deles é se a legenda tem muitos ‘puxadores de votos’ ou se os candidatos estão no mesmo nível competitivo. O outro obstáculo são os que detém mandato e tendem a receber mais recursos. Na faixa dos ‘novatos’ é onde se encontram os descontentes que, às vezes, têm carisma e votos, mas sem um mínimo de recursos. Por fim, a pressão dos diretórios nacionais nos regionais para eleger o maior número possível de deputados. Assim, eles regram os recursos e apontam para quem deve receber mais. Soma-se à escassez o fato de que 30% são reservas de cota obrigatória para as mulheres. Por isso, quem tiver mais chances recebe algum empurrão. Os demais “juntadores de votos” têm que se ‘virar nos 30’ e rezar para que o cidadão-eleitor os tire da vala dos ‘candidatos de quarteirão’.

Problema na distribuição
A ordem dos caciques nacionais é triplicar o número de deputados federais. Para tanto, necessitam dos “bons de votos” e recursos. Mas não tem sido fácil. O PL de Jair Bolsonaro está tendo uma baita dor de cabeça na distribuição dos R$ 268 milhões do Fundo Eleitoral destinados ao partido para atender os 540 candidatos da sigla que disputam uma vaga na Câmara. Outros ‘grandes’ como União Brasil, PT, MDB, PP, PSD, Republicanos, entre outros, enfrentam problemas para repartir o bolo milionário que receberam da cota de R$ 4,9 bilhões do ‘Fundão’.

‘Cola’ no Caiado!
O que menos importa nos Estados é a briga direita X esquerda tão repetida por políticos, acadêmicos e jornalistas. Alheios às teses dos debates ideológicos, o foco dos partidos, seja de que espectro político pertença, é eleger o maior número de deputados federais possível. Em Goiás, os candidatos preferem ‘colar’ no governador-candidato Ronaldo Caiado – “um puxador de votos” – do que falar em polarização Jair Bolsonaro (PL) versus Luiz Inácio Lula da Silva (PT), muito menos Simone Tebet (MDB) ou Ciro Gomes (PDT).

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Só em flagrante
Começou a valer a partir deste sábado (17) o salvo-conduto para que nenhum candidato a cargos eletivos nas eleições seja detido ou preso, a menos que seja em flagrante delito.

Brasil dividido
A polêmica do “Nós contra Eles”, que aprofundou a divisão entre os brasileiros, dá sinais de que caminhamos por uma estrada turva e cheia de obstáculos rumo ao futuro incerto, saia vitorioso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL). Hoje, qualquer cidadão percebe que este fosso tende a ampliar, tendo como consequência o aumento da violência de cunho político alimentada pelo rancor entre lulopetistas e bolsonaristas. O pior é que nenhum dos dois líderes sinalizam apaziguamento.

Bolsonaro ou neutro?
De acordo com as pesquisas, o governador-candidato Ronaldo Caiado (UB) pode ser reeleito no primeiro turno. Caso se concretize, a pergunta que o meio político faz, principalmente sua base, é se ele vai apoiar Jair Bolsonaro (PL) ou manter-se neutro. No pico da troca de farpas entre ambos no ano passado e no início deste ano, Caiado dava sinais que se manteria neutro na disputa presidencial e, pelo visto, até agora ele não emitiu sinais de apoio ao presidente. (Especial para O Hoje)