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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Rombo causado pelos juros já supera um trilhão de reais

Lauro Veiga Filhopor Lauro Veiga Filho em 16 de setembro de 2025
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As apostas do mercado estão feitas, com pressões devidamente endereçadas ao Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne entre hoje e amanhã, respectivamente 16 e 17, para definir o tamanho dos juros básicos dali em diante. Para a maioria dos apostadores, a alta diretoria do Banco Central (BC), que comando o comitê, deverá manter a taxa básica, mais conhecida como “taxa Selic” entre operadores, analistas e o jornalismo dito especializado, deverá manter os juros em inacreditáveis 15,0% ao ano, aproximando-se de uma taxa real muito próxima de 10,3% ao ano depois de descontada a inflação de 4,30% esperada para 2026 pelo mercado, segundo projeções coletadas pelo relatório Focus, divulgado semanalmente pelo BC.

A ser mantida ao longo dos meses finais deste ano naqueles mesmos níveis, como esperam os agentes financeiros instalados na Faria Lima, a taxa básica terá experimentado um incremento de 2,75 pontos percentuais, saindo de 12,25% ao final do ano passado. Conforme simulações do próprio BC, aquele acréscimo terá gerado uma pressão adicional de R$ 149,6 bilhões sobre a dívida bruta do governo geral, algo em torno de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) a se considerar a estimativa divulgada pela autoridade monetária em julho deste ano.

Mas o estrago será maior ainda, já que aquele quase R$ 150,0 bilhões dizem respeito “apenas” ao gasto extra ao qual estarão submetidos os governos em seus três níveis ao longo de 12 meses. Para efeito de comparação, cinco meses antes de concluído o exercício em curso, mas tomando o período de 12 meses encerrados em julho deste ano, dado mais recente divulgado pelo BC, a dívida bruta geral do governo experimentou elevação nominal de 8,26% em relação ao período de 12 meses imediatamente anterior, saindo de R$ 8,826 trilhões para R$ 9,555 trilhões.

Estrago trilionário

Houve um acréscimo, portanto, de R$ 728,776 bilhões, equivalentes a 5,92% do PIB, estimado pelo BC em R$ 12,321 trilhões no acumulado entre agosto de 2024 e julho de 2025. Em igual intervalo, os governos recompraram algo como R$ 278,250 bilhões da dívida bruta que rodava pelos mercados, recomprando títulos naquele mesmo valor, num total aproximado de 2,26% do PIB. Se você, ligeira leitora e ligeiro leitor, paga (ou recompra, o que dá no mesmo) uma parte de sua dívida, certamente alimentará a corretíssima expectativa de conseguir reduzi-la. No caso dos governos, a despeito dos esforços nessa direção, a dívida manteve-se em crescimento, como mostram os dados. O avanço deveu-se única e exclusivamente por conta dos juros, que somaram pouco mais de R$ 1,014 trilhão entre agosto do ano passado e julho deste ano, gerando um rombo correspondente a 8,23% do PIB.

Balanço

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