Saneago mais que triplica seus investimentos no 3º trimestre

Publicado por: Lauro Veiga Filho | Postado em: 19 de novembro de 2022

A assinatura de novos contratos e as ordens de serviço iniciadas ainda no primeiro trimestre deste ano contribuíram para alavancar vigorosamente os investimentos da Saneamento de Goiás S.A. (Saneago) no terceiro trimestre deste ano, segundo relatório que acompanha a divulgação do demonstrativo financeiro da companhia no período. Entre julho e setembro deste ano, incluindo a rede de água, sistemas de esgoto e outras iniciativas destinadas a dar suporte à operação da companhia em sua área de concessão, a Saneago investiu R$ 162,758 milhões, num salto de 266,84% em relação aos R$ 44,367 milhões investidos no terceiro trimestre do ano passado.

Entre um trimestre e outro, o investimento adicional realizado pela concessionária alcançou algo como R$ 118,391 milhões, respondendo por quase 72,2% do incremento acumulado pelos investimentos totais ao longo dos nove meses iniciais deste ano. Na verdade, o trimestre analisado concentrou em torno de 56,2% de todo o valor investido até setembro deste ano, que somou perto de R$ 289,638 milhões, crescendo 130,59%. Nos mesmos nove meses de 2021, a companhia havia desembolsado perto de R$ 125,607 milhões.

Os sistemas de abastecimento de água receberam 40,56% dos investimentos realizados no terceiro trimestre deste ano, algo como R$ 66,021 milhões, nada menos do que 310,91% acima dos R$ 16,067 milhões investidos em igual período do ano passado. No acumulado entre janeiro e setembro, os investimentos naquela área experimentaram elevação de 139,43%, saindo de R$ 55,742 milhões para R$ 133,463 milhões. Na rede de esgoto, a Saneago investiu R$ 39,448 milhões no terceiro trimestre deste ano, acumulando um total de R$ 69,425 milhões em nove meses, saindo respectivamente de R$ 13,170 milhões e R$ 41,212 milhões nos mesmos períodos de 2021, com altas de 199,53% e de 68,46% na mesma ordem.

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Outros investimentos

No grupo “outros”, os investimentos contemplaram o arrendamento de veículos, num total de R$ 40,672 milhões, e compra de caminhões e retroescavadeiras, com mais R$ 20,365 milhões investidos. Em nove meses, esse tipo de investimento experimentou alta de 202,76%, subindo de R$ 28,653 milhões entre janeiro e setembro do ano passado para R$ R$ 86,750 milhões em intervalo idêntico deste ano. O desempenho financeiro da companhia contribuiu para dar sustentação a metas mais ambiciosas para o investimento, que já supera a meta inicialmente fixada em pouco mais de R$ 211,19 milhões.

Balanço

  • Proporcionalmente, a receita líquida chegou a apresentar uma variação ligeiramente inferior àquela observada para o total de custos e despesas ao longo dos primeiros três trimestres deste ano. Mas, em valores absolutos, o aumento na ponta do faturamento superou o incremento anotado pelo custo dos serviços prestados e pelas despesas gerais.
  • Considerando o acumulado entre janeiro e setembro, a receita líquida avançou de R$ 1,817 bilhão para R$ 2,043 bilhões, numa variação de 12,46%, correspondendo a um acréscimo de R$ 226,460 milhões. Custos e despesas, somados, passaram de praticamente R$ 1,455 bilhão para R$ 1,653 bilhão, o que correspondeu a um avanço nominal de 13,63% ou R$ 198,295 milhões a mais.
  • A elevação de 24,74% na folha de pessoal respondeu por quase todo o incremento observado nas despesas, com os gastos naquela área avançando de R$ 775,987 milhões para R$ 968,004 milhões – quer dizer, R$ 192,017 milhões a mais. Esse incremento foi determinado em boa medida pelas indenizações pagas pela empresa aos funcionários que aderirem ao plano de demissão voluntária (PDV), que somaram qualquer coisa ao redor de R$ 142,215 milhões, de acordo com a companhia.
  • Adicionalmente, a concessionária contratou mais 209 empregados neste ano, a um custo mensal médio de R$ 2,812 milhões, “valor ainda condizente com a economia mensal estimada em R$ 10,769 milhões” com o PDV.
  • O impacto foi amenizado pela redução de 32,06% nas despesas tributárias, que encolheram de R$ 21,406 milhões para R$ 14,453 milhões nos nove meses iniciais deste ano. A queda, na versão da empresa, está relacionada a mudanças no Código Tributário Municipal de Goiânia ocorridas neste ano. Durante o processo, a taxa de regulação deixou de ser regulamentada, o que impediu sua cobrança pela Agência de Regulação.
  • O custo da energia elétrica, considerando os três primeiros trimestres de cada ano, aumentou em quase 19%, avançando de R$ 170,069 milhões para R$ 202,365 milhões em função da bandeira vermelha que vigorou entre 2021 e meados de abril deste ano. Além disso, a tarifa de energia havia sido reajustada em 14,21% em outubro do ano passado. Mas, no terceiro trimestre, esse custo experimentou baixa de 8,37%, para R$ 56,433 milhões frente a R$ 61,586 milhões em 2021. Conforme a companhia, no final do mês de julho foi sancionada Lei Complementar 194/2022 que limitou a cobrança do ICMS na energia em 17%. Anteriormente a alíquota praticada era de 29%”.
  • O resultado da conta financeira saiu de um “prejuízo” de R$ 12,002 milhões entre janeiro e setembro de 2021 para um ganho de R$ 7,599 milhões, o que ajudou a melhorar o lucro líquido do período. Comparado ao mesmo período do ano passado, o resultado líquido avançou 15,89%, saindo de R$ 248,498 milhões para R$ 287,993 milhões.
  • O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, quer dizer, descontados fatores que não influenciam o fluxo de caixa, aumentou 12,84%, de R$ 543,201 milhões para R$ 612,956 milhões, com a margem líquida (Ebtida sobre receita líquida) mantendo-se em torno de 30,0%.
  • A dívida líquida foi reduzida de R$ 448,496 milhões no primeiro trimestre deste ano para R$ 370,795 milhões no terceiro trimestre, baixando 17,32%. Comparada a 2020, quando havia atingido R$ 797,350 milhões, a divida já encolheu 53,5%. O saldo da dívida passou a responder por metade do Ebitda ajustado, no acumulado em 12 meses. Em 2020, a dívida havia superado a geração de caixa operacional em 10%.