Sem Ana Paula, o “azarão” Cruz pode unir base caiadista

Na política nada é definitivo enquanto não chega a hora do voto. Portanto, não será surpresa se a empresária Ana Paula Rezende (MDB) recuar em definitivo da disputa por Goiânia em 2024. Nesse caso, o presidente do MDB e vice-governador Daniel Vilela terá que abraçar um candidato da base caiadista ou próximo ao governador Ronaldo Caiado (União). A questão é: quem, além de Ana Paula, reúne credenciais para fazer frente à máquina de Rogério Cruz (Republicanos)? O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União), gostaria de ser abençoado pelo governador Ronaldo Caiado, por seu partido e Daniel Vilela. Seria o ideal, mas tem gente no governo e no MDB que avalia Bruno como muito ambicioso e voltado mais aos seus interesses do que aos do partido. Os críticos dizem que ele já foi um emedebista, mas “por oportunismo, filiou-se ao União Brasil para ficar mais próximo do governador e Daniel teve que engolir à seco”, conta uma fonte. Sem um nome aglutinador, Daniel terá que costurar um acordo com outro candidato. E por que não Rogério Cruz? Afinal, é muito difícil Vanderlan não sair candidato a prefeito. Este é o sonho dele, o que já foi tentado duas vezes. Só que agora as chances são melhores. A não ser que Daniel, Caiado e aliados encontrem um nome que faça frente ao “azarão” Rogério Cruz e ao senador Vanderlan e sua troupe. Por enquanto, este é o desenho da polarização.

Bruno foca no centro de poder
Ninguém nega que o presidente da Alego, Bruno Peixoto, é um político focado em objetivos pré-definidos e luta por eles até conquistá-los. Talvez ele nunca leu as teorias do líder militar Carl Von Clausewitz. Ele ensina que é preciso “concentrar nossa força no centro de poder e movimento do inimigo”. “Seu centro de gravidade.” Bruno aplica isso na prática.

Fator Baldy
Se o PP de Alexandre Baldy sacramentar sua aliança com Rogério Cruz, significa a perda de um importante aliado da base do governador. Mesmo considerando que Ana Paula seja a candidata do MDB e da base caiadista, o PP fará falta.

PSD racha
A troca de comando do PSD deve rachar a legenda em 2024 entre a “do” Vilmar Rocha e a “do” Vanderlan Cardoso. Se o senador realmente for disputar a Prefeitura de Goiânia, a banda que estiver no governo não segue Vanderlan.

Cruz “desossou”
A expressão é antiga, mas vale para ilustrar o que Rogério Cruz fez com a CEI da Comurg: “desossou” o que poderia ser o almoço político dos vereadores, caso tivessem conseguido canibalizar a gestão do prefeito.

Custo dos defensivos
Enquanto a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) se uniu para aprovar a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, entre 2021/2022, os produtores gastaram R$ 3,3 bilhões em biodefensivos. A estimativa para 2023 é de R$ 17 bilhões.

Ficou muito caro
Alegria de pobre dura pouco mesmo. Depois que o governo brasileiro taxou compras acima de R$ 200 dos importados da China, houve queda de 25,3% na compra dos produtos. De acordo com o Banco Central, em relação ao ano passado, caiu 20%. (Especial para O Hoje)