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sábado, 21 de dezembro de 2024

Sistema cooperativo funciona como “escudo” para produtores, diz OCB

Um sistema democrático de tomada de decisões, lastreadas em planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo, flexibilidade na operação e diversificação de investimentos tornaram as cooperativas um modelo de negócios “vencedor de adversidades”, resume João José Prieto, coordenador do ramo agro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A sequência recente de eventos climáticos extremos, […]

Um sistema democrático de tomada de decisões, lastreadas em planejamento estratégico de curto, médio e longo prazo, flexibilidade na operação e diversificação de investimentos tornaram as cooperativas um modelo de negócios “vencedor de adversidades”, resume João José Prieto, coordenador do ramo agro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A sequência recente de eventos climáticos extremos, com períodos de estiagem mais prolongada nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, secas e depois enchentes no Sul do País, torna o cenário para este ano ainda incerto, diante da quebra das safras de soja e de milho e de perspectivas de menor faturamento no exercício. Mas, numa visão de prazo mais longo, Prieto acredita na capacidade de gestão de crises acumulada pelo setor cooperativo nas últimas décadas.

 “As cooperativas agropecuárias têm cumprido seu papel por meio de trabalho conjunto, organizado e cooperativo, para que obstáculos sejam atenuados e cooperados e comunidades sigam avançando”, avalia ele. Como “estratégia número um”, prossegue Prieto, a interação entre os diversos atores das áreas de gestão e de governança, eleitos diretamente pelos cooperados, permite ao setor antever e se antecipar a cenários mais difíceis, de forma a endereçar soluções mais eficientes.

A diversificação do portfólio, com a presença das cooperativas desde a produção até o processamento final de grãos, carnes e leite, ainda na avaliação de Prieto, contribui para “diluição de riscos inerentes à atividade rural, gerando riquezas em todos os elos da cadeia, agregando valor à produção agrícola e evitando perdas aos produtores cooperados”. A capilaridade do sistema, na mesma linha, reforça a capacidade das cooperativas agropecuárias de difundir “conhecimento e boas práticas”, associada ainda a um maior poder de comercialização “gerado pela escala para compra de insumos e venda da produção”, aponta ele. Todo esse conjunto de fatores, comenta Prieto, permite que, mesmo em anos desafiadores, como em 2023 e novamente agora, as cooperativas operem como um “escudo”, amenizando riscos para os produtores.

Novos investimentos

A despeito dos desafios colocados à frente, as principais cooperativas anunciaram ou já estão investindo em novos projetos, especialmente nos segmentos de armazenagem e agroindústria, considerados prioritários pelo sistema cooperativo, segundo Prieto, e considerados estrategicamente necessários para a continuidade do negócio. As perspectivas sugerem a continuidade daqueles investimentos ao longo deste ano, antecipando-se projetos “que devem superar os R$ 18,0 bilhões”, direcionados para a instalação de armazéns e indústrias para processamento de grãos, proteínas animais, biocombustíveis e fibras.

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