Uma questão integra especialistas e formadores de opinião em toda eleição: o que é ruído e o que é sinal captado pelas pesquisas eleitorais? Mesmo sendo um instrumento importante para quem elabora estratégias de campanha, muita gente vê com desconfiança a maioria dos institutos de pesquisas. Isto se deve ao fato que, dependendo da metodologia, os resultados são conflitantes com outros levantamentos. Essa discrepância ocorre em todo o País, e em Goiás não é diferente.

Em cidades com população próxima ou acima de 200 mil habitantes, caso de Goiânia, Aparecida, Anápolis, Rio Verde, Luziânia, entre outras, os candidatos a prefeito roem as unhas quando o resultado de uma pesquisa registrada no TRE é divulgado, principalmente quem imaginava estar bem melhor do que os números divulgados. No caso de Goiânia, Aparecida e Anápolis, toda semana tem uma nova pesquisa de variados institutos com surpresas boas e ruins, dependendo de que lado se encontram os pesquisados.

Neste domingo (22), mais uma pesquisa surpreende: o instituto Veritá divulgou que, entre os dias 13 a 17/9, entrevistou 1.610 pessoas para saber a intenção de votos para prefeito de Goiânia. Na sondagem, Adriana Accorsi (PT) lidera com 23,8%, seguida por Fred Rodrigues (PL), 21%, Sandro Mabel (União), 20,5%, Vanderlan Cardoso (PSD) ,13,1%, Matheus Ribeiro (PSDB), 5,7%, Rogério Cruz (SD), 3,6%, e Professor Pantaleão (UP), 0,6%. Não responderam 8,3%, branco/nulo 3,3% e a margem de erro é de 2,5 pontos percentuais. A pesquisa está registrada sob o número TRE GO-05472/2024.

Números mudam a cada semana

Se comparado com eleições anteriores, pesquisas eleitorais crescem ano após ano e, com elas, a desconfiança em relação ao resultado. Especialistas explicam que essa variação entre uma e outra é um recorte de momento e depende muito da metodologia empregada pelo pesquisador. A coluna perguntou ao sociólogo e cientista político Antônio Lavareda por que as pesquisas divergem tanto umas das outras? “Depende, sobretudo do método. Por exemplo: a Quaest e o DataFolha, em São Paulo, fazem pesquisas presenciais, sendo a primeira domiciliar e a segunda em pontos de fluxo.” Ou seja, não tem como acertar 100%, mas aproxima do resultado real.

Fato novo

Fred Rodrigues (PL) e Matheus Ribeiro (PSDB) se enquadram no figurino “fato novo na política” em relação a Sandro Mabel (União), Vanderlan Cardoso (PSD), Adriana Accorsi (PT) e Rogério Cruz (SD). Isto pesa no discurso de renovação que o cidadão-eleitor busca.

Apoio a Yvelonia

O casal Michelle e Jair Bolsonaro participou de carreata em apoio à candidata a prefeita de Valparaíso pelo SD, Maria Yvelonia, e seu vice, Marcelo Sorriso. Embora Bolsonaro e Michelle sejam do PL e a legenda tenha candidato em Valparaíso, o gesto sinaliza que o desagrado tem um recado certo à deputada federal Lêda Borges (PSDB), que apadrinha o candidato do PL, José Antônio.

Prestígio e voto

Ao reunir o casal Michelle e Bolsonaro, bem como lideranças de Brasília, como a vice-governadora Celina Leão (PP), deputado distrital Rodrigo Delmasso, entre outros, Yvelonia mostra prestígio e busca passar essa mensagem aos cidadãos votantes.

Cadê o povo?

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não deve ter ficado feliz na recepção que teve em Luziânia em apoio ao candidato a prefeito Walter Queiroz (Valtinho) e sua vice, Professora Rachel Machado, ambos do PL. Pelas imagens recebidas pela coluna, no máximo 50 pessoas foram recepcionar Michelle Bolsonaro na cidade.