O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desponta como o nome mais forte para unificar a direita e o centro-direita no cenário político nacional. Enquanto o presidente Lula intensifica sua movimentação rumo à reeleição, as lideranças oposicionistas se apressam em evitar que setores do Centrão sejam atraídos pelas vantagens oferecidas pelo governo federal. Para segurar esses grupos, não basta apenas discurso: é necessário apresentar um candidato competitivo, capaz de inspirar confiança na vitória contra Lula e alinhado ao sentimento de rejeição ao presidente, que hoje atinge quase 60% da população.

Apesar da resistência de parte do eleitorado a qualquer nome ligado ao clã Bolsonaro, torna-se inevitável reconhecer a força política do ex-presidente e a necessidade de seu apoio. Nesse contexto, caciques do Centrão como Ciro Nogueira (PP), Valdemar Costa Neto (PL), Antônio Rueda (UB), Gilberto Kassab (PSD) e Marco Pereira (Republicanos) enxergam em Tarcísio a única figura com condições de consolidar a direita. Seu perfil conciliador, preparo técnico, boa interlocução com o STF e credibilidade junto ao setor econômico o tornam mais viável.

Essas características o aproximam tanto do eleitorado conservador e religioso quanto da classe média, além de facilitar o diálogo com bases sociais tradicionalmente mais próximas da esquerda. Ainda assim, sua viabilidade eleitoral depende do apoio de Jair Bolsonaro. Em Brasília, já circula a expectativa de que, após o julgamento do ex-presidente e de seus aliados, Tarcísio será oficialmente apresentado como seu herdeiro político. Para isso, deve se filiar ao PL, movimento que antes parecia improvável, mas que agora surge como inevitável para manter unida a direita diante do enfraquecimento do bolsonarismo.

Blocos em disputa

Entre lideranças do Centrão e da direita, não há mais espaço para recuos: Tarcísio aparece como a única alternativa capaz de derrotar Lula. Do outro lado, o PT, sob comando do novo presidente nacional Edinho Silva, trabalha para formar um bloco coeso da esquerda, ampliando a polarização entre os campos políticos.

Eduardo Bolsonaro perde espaço

Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro, que segue nos EUA em campanha pela anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, alimentava a expectativa de assumir o legado político do pai. Porém, pesquisas indicam que sua candidatura presidencial seria frágil e isolada. Atento a esse cenário, Jair Bolsonaro optou, mesmo contrariado, por apostar em Tarcísio.

Sucessão em Goiás

No estado, a escolha do vice na chapa de Daniel Vilela (MDB) se afunila entre dois nomes ligados ao agronegócio: o ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, e o presidente da Faeg, José Mário Schreiner. Conhecido como Zé Mário, ele tem intensificado sua presença em todo o estado por meio de programas de educação e capacitação de mão de obra rural, que alcançam os 246 municípios goianos.

Doria prega diálogo

O ex-governador de São Paulo e fundador do Lide, João Doria, continua atuando no debate nacional. Durante evento do grupo em Brasília, nesta quarta-feira (27), defendeu que o Brasil precisa de “paz e união”. Para ele, diante de injustiças e conflitos, o diálogo segue sendo a melhor ferramenta de entendimento.

Articulações em Novo Gama

Já em Novo Gama, o prefeito Carlinhos do Mangão (PL) dedica seus finais de semana à articulação política em apoio ao projeto eleitoral de sua esposa, Joscilene Mangão, atual secretária de Ação Social e pré-candidata a deputada estadual. Segundo ele, o ex-candidato a prefeito de Valparaíso, José Antônio, passa a integrar o grupo político que reforça a candidatura de Joscilene.