Tarcísio no PL pode unir a direita e acalmar Eduardo Bolsonaro
A possível filiação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao PL — atualmente no Republicanos — pode ser o caminho para unir a direita, o centro e o bolsonarismo. A declaração do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmando que “se o Tarcísio for candidato, vem pro PL”, animou lideranças do Centrão. O momento é considerado estratégico: as derrotas do governo Lula no Congresso e a possível rejeição do nome de Jorge Messias ao STF dão novo fôlego à oposição.
Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro passou a ser julgado pelo Supremo, Tarcísio se fortaleceu como potencial candidato à Presidência pelo campo conservador. No entanto, a prisão de Bolsonaro e a resistência de Eduardo Bolsonaro em apoiar o governador paulista dificultaram a aproximação. Após conversa do senador Flávio Bolsonaro com o irmão nos EUA — onde pediu o fim dos ataques a Tarcísio —, o caminho ficou livre. Valdemar reforça que a decisão final ainda depende de Bolsonaro, mas afirma que Tarcísio é “o melhor nome”.
O bolsonarismo, sem Bolsonaro nas ruas ou nos palanques, não tem alternativa viável além de Tarcísio. A união das forças da direita seria fundamental para enfrentar a máquina do governo Lula. O desafio agora é acomodar os filhos do ex-presidente na chapa, diante da resistência a um vice do clã. Flávio deve ter reeleição tranquila no Rio, mas Eduardo, autoexilado nos EUA, corre risco de perder o mandato. Alexandre de Moraes o mantém no centro das investigações e pode tomar novas medidas a qualquer momento.
Anistia vai depender das ruas
O projeto de anistia deve ganhar força nesta primeira semana de dezembro. Apesar de ter urgência aprovada, a proposta segue parada no Congresso. Líderes do PL articulam uma mobilização nacional para pressionar os parlamentares e aproveitar o momento de fragilidade do governo, que acumula derrotas políticas.
Caiado desacelera
O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) deve retomar as atividades esta semana após período de repouso em São Paulo, por recomendação médica. Ao voltar à agenda, pretende reduzir o ritmo, mas afirma que manterá o foco nas prioridades da gestão e da política. “Vou diminuir, mas sem perder o foco”, disse.
Fávaro rejeitado
No Mato Grosso, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), enfrenta rejeição entre os eleitores conservadores que o elegeram. Pesquisas mostram que ele não representa mais sua base do agronegócio. Apesar do desejo de disputar a reeleição, aparece apenas em terceiro lugar nas intenções de voto — sinal de que ocupar um cargo no governo Lula afetou sua imagem no Estado.
Relações tensas
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), criticou a interferência dos articuladores políticos do Planalto na tramitação da indicação de Jorge Messias ao STF. Ele reclama que a mensagem foi publicada no Diário Oficial sem comunicação prévia ao Senado, o que agravou o clima de tensão entre Alcolumbre e Lula.
Conflitos de Mabel
Um ex-vereador da Câmara Municipal de Goiânia explica por que o prefeito Sandro Mabel (União Brasil) enfrenta tantos conflitos com parlamentares: “Mabel reduz muito a capacidade de diálogo por querer impor sua vontade. Esse estilo impositivo afasta o entendimento entre as necessidades da gestão e as demandas do cidadão que procura os vereadores. Esse impasse desgasta as lideranças junto ao eleitor, que não vê avanços na prefeitura”, afirma.
Não existe almoço grátis – A isenção do IR para quem ganha até R$ 6 mil corrige uma injustiça tributária, mas pune quem produz. Para compensar a ‘generosidade’, salários de R$ 50 mil por mês, lucros e dividendos remetidos ao exterior serão taxados a partir de 10%. O banco Itaú prevê uma fuga de US$ 30 bilhões de dólares do país em 2026.