Tempo de licitação impede que Caiado comece e conclua obras
O primeiro domingo de outubro de 2026 será dia 4 e governador já reeleito que pretende ser candidato a outro cargo, como Ronaldo Caiado, tem de sair seis meses antes. Caiado já antecipou: vai se desincompatibilizar em 31 de março. Descontados os feriadões de fim de ano e Carnaval, restam cinco meses e pouco para deixar o cargo. Portanto, não dá mais tempo fazer obras. As que forem iniciadas agora, conforme o porte, ficarão para seu sucessor concluir e inaugurar.
No país da burocracia, um semestre é insuficiente até para começar e terminar um processo licitatório, nome da grande empulhação chamada de concorrência. A Lei de Licitações e Contratos Administrativos praticamente manda roubar, alguns a obedecem e são pegos no pulo. Por isso, é preciso cuidado extremo, o que atrasa as obras. As verbas federais que deputados e senadores mandarem para Goiás serão gastas por Daniel Vilela, de abril a dezembro, e pelo eleito em 2026.
Há uma escapatória, o Fundeinfra, pago pelos produtores rurais. São quase R$ 3 bilhões, a cargo da Federação de Agricultura do Estado. O sistema é diferente, mais rápido, com as mesmas exigências de qualidade e prestação de contas. Todas as demais entradas de dinheiro obedecem à regra geral, inclusive para empresas tipo Saneago e Codego.
Tudo isso é bom e ruim. Bom porque a agenda fica tomada por inaugurações de eventuais obras. Ruim porque os lançamentos ficam meio na base da fé, a pessoa tem de ser muito crente para esperar as edificações ainda no atual governo. Sem ter o que construir, não haverá entregas.