Terceira via para governador de Goiás tem chance zero de ocorrer
Desde a eleição de Fernando Collor de Mello, à época pelo nanico PRN, nunca mais um candidato rotulado de terceira via conseguiu quebrar uma polarização. “Ah, o Bolsonaro começou lá embaixo e venceu a eleição em 2018 sem apoio financeiro, às redes sociais e o povo”, dizem os bolsonaristas. O contexto era outro e, assim como Collor, foi uma exceção. Essa lógica tem sido uma constante na disputa para governador em Goiás, onde afunila em dois nomes, sem chance para uma terceira via.
Para cientistas sociais, esse comportamento é típico dos brasileiros, mais afeitos às emoções, seja ao torcer por um time, artistas ou por um determinado candidato. Faz sentido esse comportamento, constatado pelas manifestações recebidas pela coluna sobre a nota publicada nesta sexta-feira (17), em que o ex-prefeito de Iporá, Naçoitan Leite, relata uma conversa que teve com o senador e presidente do PL goiano, Wilder Morais.
Nesta conversa por telefone, Naçoitan concluiu que “Wilder constrói, silenciosamente, uma terceira via, longe da polarização Marconi e Daniel”. Embora seja uma opinião pessoal de Naçoitan, deve ser observada com atenção, haja vista que provocou manifestações de players políticos. Para os aliados de Daniel Vilela (MDB), candidato natural da base caiadista, por enquanto, o foco não é nos adversários, mas na gestão e na formação de uma grande aliança partidária, principalmente com a base nos 246 municípios goianos. “Daniel não escolhe adversário, seja Marconi ou Wilder, serão confrontados com os avanços conquistados pela população nestes últimos seis anos, principalmente na credibilidade do governo junto à opinião pública”, resumem.
Em relação ao senador Wilder, os marconistas são cautelosos e argumentam que, “se Marconi for para o segundo turno com Daniel, vamos tentar unir forças”, garante um ex-deputado estadual tucano. Na mesma linha de aliança política, pontua o ex-prefeito de Sanclerlândia, Itamar Leão. Além de fiel escudeiro de Marconi, trabalha para disputar vaga de deputado federal, portanto, conhece os caminhos das pedras que terão pela frente.
Entre radicais, moderados e neutros
Quase 60% do eleitorado brasileiro é conservador, professa uma fé, defende valores familiares e tende ao nacionalismo. Essa é a leitura captada pelas pesquisas e estudos científicos, portanto, a busca desse contingente interessa a todos que buscam uma eleição, principalmente, presidencial ou a governador. Em Goiás, observadores atentos avaliam que, se Daniel Vilela, Marconi Perillo e Wilder Morais se mantiverem ‘embolados’, um próximo do outro, dificilmente haverá chance de uma terceira via.
Lula avança…
… no eleitorado evangélico e desidrata o bolsonarismo. Habilidoso como poucos, o presidente Lula deu um nó nos bolsonaristas ao receber nesta quinta-feira (16), no Palácio do Planalto, o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus Ministério de Madureira. Trata-se de uma das lideranças evangélicas mais influentes do País e por isso provocou reações da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que, em suas redes sociais, criticou o presidente.
Verdades e mentiras
Se o cidadão desavisado acessar apenas as redes sociais e, por descuido ou curiosidade, focar na mídia tradicional, vai levar um choque de contradições. Enquanto os jornais, TV e portais noticiosos dos veículos tradicionais noticiam que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos EUA de Donald Trump trocam juras de união, nas redes sociais é uma guerra não declarada. Por essas e outras que a credibilidade do jornalismo está ladeira abaixo.
Delúbio eclético
O ex-tesoureiro do PT e uma das lideranças mais icônicas do PT de Goiás, Delúbio Soares, comemora seus 70 anos neste domingo com um evento repleto de convidados fora da caixa do PT. Ao longo de sua vida pública, Delúbio soube acumular amigos em todas legendas e espectros ideológicos, por isso, muita gente que não faz parte do “progressismo” vai estar presente. Sinal de que o pré-candidato a deputado federal Delúbio é eclético como convém aos novos tempos.
Lula acima de todos – Não adianta fazer pressão para que Lula escolha um(a) ministro(a) aliada a qualquer causa identitária. Ele quer um ministro afinado com seus interesses e não porque é branco, preto ou qualquer gênero. Basta anotar e folhear suas nomeações neste terceiro mandato.