Trump é mais humilde que vereador de corrutela no Brasil
A parte do mundo que sabe quem é Lula suspeitou que fosse sair faísca na Assembleia Geral da ONU quando o presidente do Brasil se encontrasse com o dos Estados Unidos, em Nova York. O enrosco vem desde a campanha americana, quando Lula cometeu a gafe de dar palpite favorável a Kamala Harris, a democrata californiana derrotada pelo laranjão republicano Donald Trump. Piorou a briga após as atribulações da família Bolsonaro no STF, de maioria esquerdista. No auge da confusão, depois de infantilidade dos dois lados e prejuízo para o povo de ambos os países, os líderes estavam no mesmo ambiente.
Em vez de chumbo, choveram gentilezas. Como é tradição, o brasileiro fez discurso de abertura, a velha verborragia ideológica ultrapassada, e o americano seria o seguinte. Trump ficou de olho na tradução do circuito interno e foi substituí-lo na Tribuna. Um vai, outro vem, cruzaram-se, olharam-se e pintou um clima. Os poucos segundos pareceram uma eternidade na repercussão tupiniquim. A esquerda ficou tão satisfeita que já queria colocar boina com estrelinha vermelha no topete trumpista. A direita entendeu que era estratégia. Enfim, foi uma aula.
Se a cena tivesse sido numa Câmara Municipal de qualquer lugar do Brasil, a baixaria estava garantida. O estadista Trump tratou bem o visitante, a recíproca foi verdadeira, agora resta esperar calma dos polos opostos, pois bolsonaristas e lulistas chegam a trocar tiros. Que os ministros do STF aprendam o que é urbanidade. Que os ministros de Lula saibam o seu tamaninho. Que os idiotas que brigam por causa desses idiotas se comportem, a começar nas redes sociais.