Um Ciro salva o PSDB; outro, o debate nacional
O PSDB está no alçapão que há no fundo do poço da política, no fechamento da federação União Progressista apareceu um elevador: é o ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes. Caso crie asas sem tomar Red Bull, será a verve fácil que falta à oposição ao lulismo. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro reclama da ausência da direita nas tribunas, principalmente a do Senado.
Gomes, sem mandato, supre as deficiências de uma bancada inteira. São novidades imensas, pois ao mesmo tempo o PT perde o maior nome de um partido aliado (Ciro tem tentado o Palácio do Planalto pelo PDT, que está e esteve em todos governos da esquerda) e deixa escapar o PSDB, sempre perto de aderir. Outro Ciro, o Nogueira, presidente do PP, saudou o Gomes, revelou seu voto nele para presidente e ressaltou suas qualidades. A junção desses líderes é ótima para o debate nacional, mesmo que saiam faíscas.
Em Goiás, Ciro Gomes já brigou com dois governadores, Ronaldo Caiado, o atual, e Henrique Santillo, maior nome de sua nova sigla. Gomes (Fazenda) foi colega de Santillo (Saúde) no ministério de Itamar Franco, cometeu crime contra sua honra e chegou a ser condenado a indenizá-lo.
Gomes tenta voltar ao Governo do Ceará e seria excelente caso apoiasse Caiado, que ainda espera a ajuda de Bolsonaro – mesmo que cada qual tenha um candidato ao Executivo em Goiás: Daniel Vilela de Caiado, Marconi Perillo de Ciro (o Gomes, talvez até do Nogueira), Wilder Morais de Bolsonaro.