Um livro para entender o que acontece no Oriente Médio

Marcelo Mariano*

Eu amo escrever. E eu amo o mundo. Portanto, nada mais natural do que escrever sobre o mundo. É o que tento fazer nesta coluna.

Hoje, abro uma exceção, com a devida autorização do meu editor, Nathan Sampaio, para falar de um projeto pessoal: o lançamento do meu primeiro livro, intitulado “Introdução ao Oriente Médio: um guia em dez perguntas sobre uma das regiões importantes e complexas do mundo”, disponível para compra na Amazon.

No fundo, ainda estou escrevendo sobre o mundo. É inevitável, confesso.

A ideia do livro nasceu a partir desses dois amores, e mais especificamente o amor pelo Oriente Médio. Um amor que surgiu sem querer, mas que foi à primeira vista.

Logo na introdução, conto como as viagens que fiz e as pessoas que conheci no caminho me levaram à região. Aliás, ao longo de todo o livro, faço relatos em primeira pessoa com o objetivo de deixar a leitura mais leve.

Uma viagem de trem de Casablanca a Marrakech, no Marrocos, uma confusão nos aeroportos de Istambul, na Turquia, ou quando me confundiram com um espião no Egito são exemplos que ajudam a entender um pouco mais sobre o Oriente Médio.

No entanto, é impossível não abordar também questões históricas e teóricas. Essa mescla, com toques ora acadêmicos, ora pessoais, foi intencional, e acho que ficou interessante.

Os temas abordados nas dez perguntas vão desde a guerra na Síria até a disputa regional entre Arábia Saudita e Irã, passando pelo conflito Israel-Palestina, a Primavera Árabe e o 11 de setembro, entre outros.

Meu objetivo principal é que este livro seja uma primeira leitura ou porta de entrada para estudantes e demais interessados terem um contexto em relação aos principais assuntos da região para, a partir daí, poderem se aprofundar naqueles que mais se interessarem.

Como o próprio título deixa claro, trata-se de uma introdução. Se fosse me aprofundar em todos os assuntos, precisaria escrever vários outros livros, o que está longe de ser uma má ideia, mas não tenho condições de concretizá-la no momento.

O desafio não deixa de ser grande. Para encerrar, aí vai um trecho do introdução que prova o argumento:

“É muito desafiador começar a escrever um guia sobre o Oriente Médio em 2020, um século desde a Conferência de San Remo, que definiu boa parte das fronteiras modernas na região. E mais desafiador ainda é terminar de escrevê-lo em 2021, 20 anos depois de o mundo assistir ao vivo aos atentados de 11 de setembro de 2001, que mudaram a história. E dez anos após os protestos da Primavera Árabe – iniciados no final de 2010 –, que, de certa forma, também mudaram a história, apesar de terem ficado abaixo da expectativa.”

*Assessor internacional da Prefeitura de Goiânia e vice-presidente do Instituto Goiano de Relações Internacionais (Gori). Escreve sobre política internacional às segundas-feiras.