Coluna

União Brasil na base petista favorece gestão de Caiado

Publicado por: Wilson Silvestre | Postado em: 04 de novembro de 2022

Nos corredores do Congresso Nacional, o nome do deputado federal e presidente do União Brasil, Luciano Bivar é reconhecido como um hábil negociador político. Além da capacidade argumentativa — característica de bons advogados —, Bivar consegue ver cenários bem à frente, assim, negocia sempre olhando o futuro. É com essa percepção e ousadia que ele articula aproximar do PT, tendo como pretensão, costurar uma aliança para barrar Arthur Lyra (PL) na disputa a reeleição. Se conseguir apoios, Bivar concorre à presidência da Câmara. Mesmo que não consiga seus objetivos, o fato do União Brasil passar a fazer parte da base Lulista, favorece os quatro governadores do partido, principalmente Ronaldo Caiado. O governador goiano precisa de investimentos nos próximos quatros, muitos dependem de convênios com o Governo Federal. A decisão de Bivar é pragmática e deixou isso evidente na entrevista ao jornal O Globo que está disposto a conversar com o PT para integrar a base aliada do governo Lula, e garante que não estará na oposição.

Seja bem-vindo PT

Governador nenhum se indispõe com o presidente da República, a não em casos extremos, quando muito ficam cada qual em seu canto. Foi assim a releação de Caiado com o presidente Jair Bolsonaro. Agora o governo é outro e os caminhos tem que se alinhar, mesmo sendo de campos opostos ideologicamente. Caiado precisa do Governo Federal assim como Lula precisa de boa convivência com o governador, afinal, ele não terá uma gestão pol´tica fácil. Por mais habilidade que tenha, Lula não conta mais com os “mensalões” para atrair aliados.

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Oposição Bolsonaro

No serpentário político de Brasília, a tese é que, ao oferecer casa, escritório, salário e advogado para Bolsonaro a partir de janeiro de 2023, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, é interpretada como recado ao PT. Caso forem perseguir o ex-presidente e família, as votações na Câmara terão a oposição de quase 100 deputados do partido, sem contar no Senado.

Não acabou

No calendário dos bolsonaristas, as manifestações ainda não cessaram, embora tenha diminuída os ímpetos. Está prevista para 19 de dezembro, data da diplomação do presidente eleito Lula, “uma mega manifestação” como a ocorrida na quarta-feira (2). Lideranças nacionais do agro e no Congresso acreditam que esses movimentos tendem a se esvaziar.

 PSDB quer definição

Está prevista para a próxima quarta-feira (9/11), reunião em Brasília da cúpula tucana para definir que rumos vai tomar o partido: se embarca no governo Lula ou se vai ter atuação independente. De acordo com o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), “precisamos ter uma definição clara sobre o futuro”. Os tucanos tem que discutir, além dos próximos passos políticos, se vai ter fusão com outras legendas.

Base sólida

A cúpula petista e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva quer o PSDB, PSD, União Brasil e MDB na sua base política no Congresso. Sem esses partidos, fica muito difícil Lula conseguir aprovar projetos importantes na área social prometidos durante a campanha.