União Brasil sentiu a paulada de perder Caiado – e ele nem falou que vai sair
Desde que voltou da França, depois de fazer em Paris os cursos que o capacitaram a ser um dos grandes ortopedistas brasileiros, Ronaldo Caiado não se mostrava interessado em entrar na política e muito menos em partido político. Depois que entrou, nunca mais saiu, nem da política nem do partido. Os partidos mudaram, não ele, que continua nisso que é o União Brasil. Deu à agremiação seus melhores produtos, exibido por ela como modelo para as novas gerações. E o que o partido lhe dá? Motivos para sair. Apesar disso, não sai. Perguntado com insistência se vai deixar o UB, prefere se manter onde jamais saiu. Já o UB sentiu o baque: se amanhecer sem Caiado, anoitecerá sem futuro. Mas o governador persiste na sigla.
O União caiu na bobagem de fazer federação (o nome burocrático de ajuntamento) com o PP, presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI). E uma besteira não vem sozinha: o UB aceitou Ciro de presidente da federação. Em vez de entrar na pré-campanha do nome disponível por seu grupo à Presidência da República, o que fez Ciro? Procurou briga com Caiado. Achou. A turma do deixa-disso entrou no meio, mas o agressor não deixou disso. Caiado é que deixou isso, Ciro, de lado e foi procurar votos, em vez de procurar encrenca.
Fontes de Brasília garantem que Podemos e Solidariedade, presididos pelos deputados federais Renata Abreu e Paulinho da Força, esperam Caiado de braços abertos e mãos estendidas. O governador é experiente, sabe que confusão existe em siglas pequenas e grandes e quanto menor o partido, maiores as brigas – veja-se o caso de Fernando Collor no PRN e Jair Bolsonaro no PSL. Para merecer alguém do nível de Caiado e abrigar um projeto presidencial, o UB precisa apenas ser fiel.