Vendas do varejo amplo despencam 8,1% entre março e maio em Goiás

Publicado por: Lauro Veiga Filho | Postado em: 15 de julho de 2023

Os ventos de maio sopraram em direção contrária à esperada por consultores e analistas do mercado financeiro e as vendas do varejo andaram de marcha à ré, com o setor sofrendo em Goiás revés mais intenso do que a média brasileira, segundo mostra a pesquisa mensal do comércio, divulgada na sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim como no restante do País, o volume de vendas experimentou o segundo mês consecutivo de perdas também em Goiás, tanto no conceito mais convencional do varejo quanto naquele mais amplo, incluindo concessionárias de veículos e motos, autopeças, lojas de materiais de construção e o atacado especializado em alimentos, bebidas e cigarro.

Comparadas a março deste ano, segundo dados dessazonalizados pelo instituto, excluídos fatores que são específicos de cada período do ano e que muitas vezes distorcem as comparações mês a mês, as vendas goianas baixaram 3,6% no varejo convencional e desabaram 8,1% no comércio varejista ampliado. Tomando o histórico recente, o varejo registrou baixas de 1,2% em abril e de 2,4% em maio, na comparação com os meses imediatamente anteriores. No varejo amplo, as quedas foram mais profundas, com baixas de 4,4% em abril e de 3,9% em maio.

Usando a mesma métrica, os volumes vendidos naquelas duas áreas equiparam-se aos níveis observados em junho e julho de 2009, o que por si deveria justificar ao menos um reestudo das políticas econômicas adotadas ao longo de todo esse percurso, avaliando o que funcionou e o que deu muito errado, deixando a economia brasileira (e a goiana, por consequência) em situação de letargia e virtual incapacidade de crescimento no ritmo necessário para permitir que o País ao menos consiga se aproximar do estágio alcançado por outras economias emergentes.

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Mais gente, menos consumo

Para deixar claro, o consumo em Goiás repetiu em maio de 2023 os mesmos níveis ou níveis muito próximos àqueles observados há quase uma década e meia. Vale registrar que a população goiana registrou aumento de 17,5% entre 2000 e 2022, com a inclusão de mais 1,051 milhão de moradores, já que a população residente avançou de quase 6,004 milhões para 7,055 milhões de pessoas. A conclusão mais imediata e óbvia é que os goianos, na média e proporcionalmente, passaram a consumir menos alimentos, bebidas, móveis, eletrodomésticos, medicamentos, livros e revistas, carros, motos, materiais de construção e outros bens e mercadorias.