Especialistas em marketing, pesquisadores do comportamento eleitoral e lideranças políticas de Goiás ouvidas pela coluna nos últimos dias deram respostas parecidas sobre o perfil do eleitorado goiano. Nada diferente do que as pesquisas mostram, mas com uma peculiaridade: o bolsonarismo ainda é muito forte e atuante politicamente. “Nas últimas manifestações organizadas pelo PL em Goiás, levou centenas de pessoas às ruas e todos de verde amarelo, símbolo do bolsonarismo. Esse é o melhor retrato da força da direita em Goiás e das lideranças do PL”, diz o deputado estadual do partido, Delegado Eduardo Prado.

No entanto, dos mais de 5 milhões de eleitores goianos, calcula-se que existem aproximadamente 2 milhões que se identificam com o bolsonarismo. A estatística pode ser aferida na disputa presidencial de 2022, quando o então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), obteve 2.193.041 milhões de votos, isto significa que o candidato a governador Wilder Morais conta com um eleitorado orgânico, fiel à orientação do partido. Esse é um bom capital político, mas a máquina do governo Ronaldo Caiado (União Brasil) e sua alta aprovação podem ser determinantes na transferência de votos a Daniel Vilela (MDB).

O desafio nessa equação é o eleitor abraçar Daniel como “candidato do Caiado”. Essa tarefa será desafiadora para o candidato do MDB se manter na liderança da intenção de votos. Se essa vantagem agora ampliar e depois cair na reta final, será difícil reverter a “onda de queda”. O fator Marconi Perillo (PSDB) vem em um crescente, sustentado pelas críticas à gestão de Caiado. Em um quadro onde a polarização tende a ser com dois candidatos de centro-direita, os votos podem migrar para outro concorrente. É o que dizem especialistas em marketing eleitoral. Se o embate entre Marconi e Daniel Vilela radicalizar, pode afugentar o voto conservador. Nesse caso, favorece Wilder, que passa ao largo de polêmicas e ataques aos adversários.

Zé Mário mostra a força na economia
Repetindo uma tradição, o presidente do Sistema Faeg/Senar/Ifag, José Mário Schreiner, reuniu a mídia nesta terça-feira (17) para mostrar os resultados do agronegócio e seus reflexos na economia goiana. Ele e sua equipe traçaram um cenário de cautela em relação às politicas públicas do País. Resiliência e insegurança foram as palavras-chave na exposição dos números do balanço de 2025 e de perspectivas para 2026. Embora tenha adotado uma abordagem técnica, nas entrelinhas Zé Mário deu pistas de que, mesmo com o peso do Governo Federal nas costas, “o produtor rural vai continuar a trabalhar e gerar riquezas para o País”, resumiu o presidente do Sistema Faeg/Senar/Ifag.

Ambição de Bruno
O deputado estadual e presidente da Alego, Brno Peixoto (por enquanto no União Brail), está condenado a lutar a vida toda para ter um cargo eletivo, dada a quantidade de desafetos colecionados à frente do Legislativo goiano. Mas, se confirmar o que se diz em sussurros no meio político, ele arrumou um baita de um problema ao bater de frente com o governador Ronaldo Caiado. Segundo uma fonte da coluna, Bruno teria tido uma conversa áspera com o govenador ao exigir a vaga de vice na chapa de Daniel Vilela.

Vice não!
Bruno teria dito a Caiado que, de uma forma ou de outra, ou seja, na chapa de oposição, ele será vice. Caiado não gostou da ameaça e, por mais que o presidente da Alego tente emparedar Caiado, seu capital de apreço junto ao governador foi reduzido a próximo de zero.

Rosenwal ameaçado
Por falar em Bruno Peixoto, a nota publicada na Xadrez sobre os gastos do presidente da Alego repercutiu no programa Opinião em Debate, na Rádio Bandeirantes 98.7FM, apresentado pelo jornalista Rosenwal Ferreira. É que ele tem recebido ameaças por ter ampliado as críticas ao presidente da Alego. Para complicar a vida de Bruno, o jornalista postou em suas redes sociais, que ganhou o mundo digital, onde Rosenwal tem mais de 1 milhão de acessos. Depois das ameaças, Rosenwal entrou de férias e viajou para o exterior.

Entrou no jogo – Estimulado pelo presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), está disposto a entrar na corrida para presidente da Republica, mesmo abaixo de Flavio Bolsonaro (PL-RJ).