A bicicleta de Einstein e o cavalo de Bezos

Confira o artigo de opinião, desta quinta-feira (03/06), por Gino Murta

Postado em: 03-06-2021 às 11h15
Por: Redação
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Confira o artigo de opinião, desta quinta-feira (03/06), por Gino Murta | Foto: Redação

No dia 15 de abril de 2021, Jeff Bezos, o homem de US$198 bilhões e fundador da Amazon, publicou a última carta, enquanto CEO do e-commerce, de uma série de correspondências enviadas a seus acionistas e compartilhou o seguinte pensamento: “Se você quer ter sucesso nos negócios e na vida, precisa criar mais do que consome. Seu objetivo deve ser criar. Qualquer negócio que não crie valor para aqueles com quem interage, mesmo que pareça bem sucedido na superfície, não fica por muito tempo neste mundo. Está de passagem”.

A primeira carta foi disparada em 1997. Bezos já havia falado sobre sua expectativa de criar uma franquia duradoura, ressignificando os serviços prestados aos clientes e potencializando a capacidade da internet para desenvolver mercados e negócios. Ele afirmou que a Amazon havia crescido de 158 funcionários para 614 já nos primeiros movimentos, e a empresa já estava ultrapassando a marca de 1,5 milhão de clientes naquele momento.

Desde 1994, Bezos e seus executivos produziram uma espécie de manual próprio, estabelecendo princípios para gerar cada vez mais valor e fazer do atendimento ao cliente uma verdadeira “obsessão”. Com essas convicções, a empresa agiu estrategicamente.

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Em 2020, a Amazon, responsável pelo sistema logístico mais sofisticado que a humanidade já conheceu, chegou a 1,3 milhões de funcionários no mundo, 200 milhões de clientes com assinaturas de fidelidade prime e mais de 1,9 milhão de pequenas e médias empresas que comercializam produtos em sua plataforma.

Os números invejáveis são baseados em princípios próprios, desenvolvidos e praticados ao longo do tempo, e didaticamente descritos por Steve Anderson, no livro “As Cartas de Bezos”, onde o autor sintetizou os conceitos responsáveis pelo sucesso da empresa.

Ao ler a obra é possível deduzir que esses princípios são inspiração para toda e qualquer organização, no entanto, não são uma receita de bolo. Não basta ler o livro para se tornar o dono do negócio mais próspero do mundo ou fazer com que sua empresa tenha valor de mercado maior que o PIB do Brasil.

As empresas e seus dirigentes devem construir o seu “manual dinâmico de crescimento” e o seu “tratado de perpetuação e sobrevivência”. Algo parecido com o que aprendemos ao andar de bicicleta pela primeira vez. Com certeza, cada qual teve uma história e mindset próprios para criar sua metodologia de equilíbrio em duas rodas, baseada na realidade, no contexto e naquelas circunstâncias.

É essencial, ao analisarmos o sucesso da Amazon, ter sempre em mente que não existem fórmulas prontas. Jeff Bezos, por exemplo, recebeu US$300 mil de empréstimo dos pais para iniciar seu negócio em 1994, mas teve méritos indiscutíveis.

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