O que esperar do mercado de saúde para os próximos anos?

Confira o artigo de opinião, desta terça-feira (21/12), por Severino Benner

Postado em: 21-12-2021 às 09h19
Por: Redação
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Confira o artigo de opinião, desta terça-feira (21/12), por Severino Benner | Foto: Reprodução

O mercado de saúde passou por uma série de transformações nos últimos anos. Acompanhamos o processo de digitalização dos hospitais, com a adoção de ferramentas disruptivas como prontuário eletrônico e certificação digital, além da popularização das consultas virtuais, incorporadas à rotina das instituições após a autorização do uso da Telemedicina pelo Congresso Nacional. A irrupção da pandemia trouxe novos desafios para as organizações de saúde, que passaram a investir ainda mais em inovação e novos recursos tecnológicos. De acordo com um estudo da International Data Corporation, o investimento em tecnologias no setor de saúde na América Latina deve atingir US$ 1.931 milhões até 2022. Nesse sentido, o que devemos esperar do mercado de saúde para os próximos anos?

Antes de mais nada, as soluções focadas na gestão integrada dos processos clínicos e administrativos dos hospitais seguirão em alta, uma vez que este tipo de tecnologia permite obter mais informações estratégicas desde a gestão de contratos, convênios, atendimento ao paciente, prontuário eletrônico, controle cirúrgico, farmácia e suprimentos, até o faturamento, financeiro, contábil e recursos humanos de uma instituição de saúde. Este tipo de sistema contribui para um controle mais efetivo das operações, haja vista a integração entre todos os setores, dados e equipes. Além disso, quando digitalizado, este processo permite reduzir custos e, ainda, eliminar contencioso trabalhista.

A Telemedicina é outra tendência que seguirá em alta, pois tornou-se essencial para o segmento, especialmente no início da pandemia, após a recomendação de distanciamento social e a superlotação dos hospitais. Para se ter uma ideia, somente no Brasil, houve um aumento de mais de 800% no uso da Telemedicina nos seis primeiros dias da pandemia, segundo pesquisa publicada na revista científica Plos One, em julho deste ano. Desta forma, a prescrição eletrônica integrada com o prontuário, além de eliminar o papel, utiliza todo o processo de compra do medicamento e controle, se adquirido ou não.

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Diante deste contexto, o atendimento à distância possibilita uma rápida troca de informações entre profissionais e pacientes, agilidade nos trâmites dos dados pelos membros da equipe médica para uma segunda opinião, aumento da capacidade de atendimento com eliminação de deslocamento do profissional, conforto e agilidade na consulta, sem a necessidade de deslocamento do paciente, e, principalmente, a diminuição do tempo de espera e o risco de contágio, não só da COVID-19, mas também de outras doenças presentes no ambiente hospitalar. Nesse sentido, as plataformas de Telemedicina permitem conectar médicos e pacientes de maneira ágil e otimizada, por meio do agendamento online, prontuário eletrônico, pagamento digital de consulta e, ainda, geração de relatórios e estatísticas inteligentes.

Embora o desenvolvimento do setor seja nítido e o caminho para a evolução tecnológica inegável, ainda existem desafios que o segmento deverá superar. Entre eles está a conexão e a promoção da segurança de dados no mercado de saúde, especialmente por tratar-se de informações sensíveis. Isto, somado, é claro, à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), cujo primeiro ciclo de monitoramento terá início a partir de janeiro do ano que vem. Com relação às operadoras, por exemplo, o enfoque dos próximos anos será para evitar fraudes. Mesmo que o reconhecimento facial já exista no combate a estas irregularidades, a partir de agora, sua adoção será essencial, juntamente com a utilização da biometria.

Além disso, atuar no segmento de saúde exige, em primeiro lugar, agilidade e alta disponibilidade no atendimento, uma vez que o setor funciona 24 horas. Por isso, investir em novas tecnologias não envolve apenas a adaptação do corpo clinico às plataformas. O mercado passou a demandar profissionais de tecnologia cada vez mais capacitados para atender as necessidades específicas do setor e, para os próximos anos, contar com um time de TI especializado pode ser a chave para o sucesso da operação hospitalar.

Com o alto investimento realizado na área da saúde brasileira nos últimos dois anos, foi possível acompanhar um grande movimento de consolidação de hospitais e clínicas de todos os portes e especialidades. Além disso, a ascensão das healthtechs trouxe consigo o surgimento de novas soluções no mercado de saúde, em que cada uma é dedicada a uma especialidade. O grande desafio daqui para frente é integrá-las juntamente a segurança dos dados perante a LGPD.

O futuro deste mercado está diretamente ligado à evolução da tecnologia, clínicas e de gestão. Por conta disso, cada vez mais, as instituições terão que contar com o apoio de empresas especializadas em TI que ofereçam ferramentas eficientes e integradas para otimizar a gestão integrada de todos os processos com segurança.

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