Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

Após relatório final divulgado pela Cenipa, defesa do piloto de Marília Mendonça relata que avaliação foi ‘inadequada’

Sérgio Alonso, especialista em direito aeronáutico, discorda dos resultados e ressalta que o profissional teria caído em uma armadilha, pois o trajeto não havia sinalização

Postado em: 16-05-2023 às 13h48
Por: Victória Vieira
Imagem Ilustrando a Notícia: Após relatório final divulgado pela Cenipa, defesa do piloto de Marília Mendonça relata que avaliação foi ‘inadequada’
Marília Mendonça faleceu em novembro de 2021 | Foto: Reprodução/Instagram

O relatório final do acidente aéreo que matou Marília Mendonça foi divulgado na última segunda-feira (15/5). O resultado divulgado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticas) revelou que não houve falha mecânica, e sim uma “avaliação inadequada” do piloto Geraldo Martins Medeiros, que também faleceu na queda da aeronave.

“No que diz respeito ao perfil de aproximação para pouso, houve uma avaliação inadequada acerca de parâmetros da operação da aeronave, uma vez que a perna do vento foi alongada em uma distância significativamente maior do que aquela esperada para uma aeronave de ‘Categoria de Performance B’ em procedimentos de pouso”, apontou o relatório.

O advogado da família do piloto, Sérgio Alonso, especialista em direito aeronáutico, discorda dos resultados e ressalta que o profissional teria caído em uma armadilha, pois o trajeto não havia sinalização.

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“O laudo confirmou o que falamos desde o início. Se não tivesse o fio, a linha de transmissão, e se fosse sinalizado, não teria ocorrido o acidente”, declarou para o site Splash Uol.

A filha de Geraldo, Vitória Medeiros, está processando a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) por danos morais. De acordo a garota, desde do acidente ela vem sofrendo ataques constantes de fãs da cantora que culpam o seu pai pelo acidente.

“Se estivesse sinalizado, ele teria 30 segundos para avaliar a aproximação. Sem a sinalização, ele teve 0,3 segundo, que a acuidade do olho humano não consegue calcular”, acrescentou a defesa. Sérgio também caracterizou o relatório da Cenipa como “inadequado” e que Geraldo fez o que pôde diante a decisão.

“Eles tentam arrumar alguma coisa para não dizer só que foi a Cemig. O simples fato de mandarem sinalizar a linha e emitirem uma carta de aproximação visual, que já deveria estar lá e não estava, confirma que o piloto não teve nada que ver com isso”, argumentou.

A Cenipa reforçou que o relatório final não tem o objetivo de responsabilizar ou culpabilizar alguém pelo acidente, mas sim “implementar medidas por meio de recomendações de segurança, buscando o aprimoramento da segurança de voo”.

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